Resultados encontrados: PAULO NUNES

ATOR, O

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

o corpo não pensa, sabe e tudo que há é dentro (ou fora ou sob ou sobre) em função de seu gesto único: fingir existência o corpo não lembra, está ou dorme, indiferente enquanto sonha uma fuga e o mundo dá seu giro obedecendo ao calendário o corpo deseja, e muito – confunde espelho e […]

CONFISSÃO E PRÓLOGO

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

Vós habitais um quarto pobre, misturado à vida. (Antonin Artaud) Na minha mera e já quase velha opinião os poetas sábios, demasiadamente sábios, desaprenderam a inocência e o espanto, e por isso, de fato, sabem tão pouco: sequer suspeitam a impronunciável, contudo plena arte de respirar. Vêm e nos dão um embrulho talvez belo, certamente […]

CORPO NO ESCURO, O

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

I o corpo no escuro independe das formas, existe sem a linha que lhe retém a cor e o separa de tudo sem olhos, sem espelho é corpo e assim resiste porque, se quiser, pode estender um braço e acender a luz II animal sem detalhes, o corpo no escuro não trouxe a memória: procura […]

DA PONTUAÇÃO

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

As vírgulas tarde aprendemos: na fase esquecida por Freud em que prendemos e soltamos o ar, independente do tórax. Que gozo! E além disso são elas que nos introduzem na arte de mentir e se arrepender. Mas muito tempo antes, chorávamos… Éramos puros, reticentes depois fomos exclamativos e enfim começamos a andar ligando um nome […]

PARDAIS

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

Há pássaros que existem demais e se tornam invisíveis pelo excesso: são tão comuns e iguais que achamos que não nos refletem, embora suspeite-se sob cada individual plumagem, a cada pouso e voo e cada novo ciclo, além dos piolhos que espalham e catam, e do eterno pipiar sem sentido, seja única a vida e […]

UMA CASINHA

Postado por e arquivado em ARTES, LITERATURA, PAULO NUNES.

Também tive um sonho. Era uma casa pequena, que eu achava bonita, pois era toda enfeitada de chita e de breves lembranças que pessoas queridas ali deixavam, e nela eu morava. Não era pequena para uma, duas ou mesmo três ou quatro pessoas morarem, para isso era ampla, confortável, com boa circulação de luz e […]