COBRA ESQUISITA

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HISTORIAS DE PESCADOR - MURALJOIA.COMLá pras bandas dos Vieras localiza-se o grande sítio ou a pequena fazenda do meu cunhado “Toni Roni”, vizinho ao Paraíso Camping Clube. O garboso ribeirão que dá nome ao lugar corre serelepe por entre as propriedades rurais. Quer dizer, “era” garboso há muitos e muitos anos, pois hoje não passa de um arroio. Assim como há muitos e muitos anos os peixes abundavam em profusão. Hoje, mal se vê aquelas piabinhas minúsculas.

Num certo dia daqueles áureos tempos, quem sabe nos idos da década de 1980, eu, o cunhado, o amigo César e o caseiro resolvemos pescar quando o dia se esvaia. Rumamos então para um poço bastante conhecido onde havia fartura de “sete léguas”, um tipo de bagre compridão. Porém, não era noite de peixe. Para complicar, esquecemos de levar o repelente de mosquitos e a coisa começou a ficar inconveniente.

Já era por volta das 9 de uma noite de lua cheia quando, com a mente voltada para as “geladinhas” que nos esperavam, resolvemos cair fora. A Lua iluminava muito bem o caminho por isso nem precisávamos de lanterna. Mas eis que o Toni Roni percebeu alguma coisa estranha no meio de uma moita de capim. Fez um gesto para a gente parar e disse baixinho:

– É uma cobra enrolada no ponto pro bote.

Num instante o cunhado já estava com um baita porrete na mão. Foi chegando devagarinho e deu uma cacetada tão forte na bicha que fez tremer o chão. Logo percebemos que não era uma cobra por causa das consequências nefastas que surgiram. Uma vaca (ou boi, sei lá!) havia depositado ali naquele local há poucos instantes um monte de conteúdo intestinal que estava lhe incomodando. O que aconteceu, para a infelicidade dos quatro audazes pescadores, é que a cacetada firme e fatal deixou sua marca, repartindo para o quarteto os resíduos daquela “cobra”, lambuzando-lhes os rostos e as roupas. Não foi nada agradável!

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Muraljoia.com.

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