POR UMA POLÍTICA DE PODER PARA PATOS DE MINAS E REGIÃO − 2

Postado por e arquivado em ARTIGOS.

TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985)

Acho que o Zé Ribeiro pode me inscrever como lavrador no Sindicato Rural de Patos de Minas. Só que eu não planto milho, arroz, feijão ou soja, mas algo diferente: eu semeio idéias. Uma semeadura etérea, mas sujeita às mesmas vicissitudes de uma lavoura qualquer, pois pode não vingar por falta de solo adequado, adubo e chuva (estímulos) e/ou excesso de pragas (adversários).

Entretanto, no caso da política de poder que venho pregando, creio que a idéia, ainda de uma forma um tanto tímida, começa a pegar. Já se ouve gente falando nas esquinas, nos botecos e nos velórios sobre a possibilidade de este ou aquele patense ocupar um lugar de Secretário de Estado. O Zé Ribeiro, por exemplo (justamente o nome que mais cito), tem sido lembrado para a Secretaria da Agricultura.

Modéstia às favas, isto já é resultado de minha pregação, pois antes disso ninguém tocava no assunto. Patos de Minas, praticamente, desde Olegário Maciel, esteve tão fora do primeiro escalão do poder que todo mundo já achava natural. Era como se fosse algo inacessível a nós.

Através de meus escritos demonstrei que a possibilidade está aberta a nós, levando-se em conta a grande expressão sócio-econômica de nossa região. E também a possibilidade de conquistarmos o apoio para uma indicação deste tipo das regiões vizinhas. Em troca, poderemos apoiar, por nossa vez, um nome indicado por elas para outra Secretaria.

É uma questão de articular e trabalhar para este fim, mas como tenho dito, este trabalho tem que ser desenvolvido por bons e legítimos representantes nossos à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados, que não tenham medo da sombra que um Secretário de Estado ou alguém guindado a outro alto posto administrativo possa lhe fazer.

Para assegurar a realização deste objetivo, creio que o apoio aos candidatos devia condicionar-se ao compromisso de todos com a execução de uma política de poder para Patos de Minas e região, firmado diante de nossas lideranças. Política que se traduz basicamente na ocupação, por elementos nossos, de cargos no governo estadual e, se possível no federal, capazes de multiplicar os recursos, obras e serviços, para o maior progresso da região e bem-estar de nosso povo.

* Fonte e foto: Crônica publicada originalmente em A Debulha de 30 de novembro de 1985, constando no livro Queixa ao Bispo, do autor.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe

You must be logged in to post a comment. Log in