Em meados da década de 1960, bem distante dos Maristas morro acima, surgiu um clube campestre denominado Caiçaras Country Clube. Os anos se passaram e o “distante dos Maristas morro acima” se tornou “logo acima”. Assim, no entorno do Clube, o Cerrado bravio foi perdendo seu lugar para o asfalto e o concreto. O imenso bairro que então tomou conta do mato foi transformado em dois, Caiçaras e Alto dos Caiçaras. As duas últimas definições de perímetros e logradouros foram: Lei n.º 4.383 (14/05/1997) para o primeiro e Lei n.º 6.355 (11/11/2010) para o segundo. Uma verificação mais atenta nos dois bairros, principalmente no Alto dos Caiçaras, nos mostra que a urbanização do local não se deu através de um planejamento. Pode-se imaginar que as construções foram surgindo de acordo com a conveniência do proprietário. Vai dai que são muitos os exemplos de desalinhamentos ou interrupções bruscas de ruas sem razão de ser.
O exemplo da foto é substancial. Trata-se da Rua João Pacheco Filho. Partindo da Avenida Tomaz de Aquino ela cruza com as Ruas República do Chile, João de Barros, Colômbia, Uruguai e Albânia. Neste cruzamento, há o inusitado: a João Pacheco Filho, que deveria terminar na Rua Major Gote bem no muro do Parque de Exposições onde está o palco da Arena de Shows depois de cruzar ainda com as Ruas Berilo e Topázio, tem interrompido o seu trajeto por uma grande construção residencial. Este é só um exemplo de como muitas construções surgiram naquela região em locais ao bel prazer do construtor, não importando se vão interromper ou não a rua.
* Texto e foto (04/03/2015): Eitel Teixeira Dannemann.