CHOW-CHOW

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AO Chow-Chow é uma raça muito antiga. Há referências em estátuas de 4000 anos e em registros escritos desde 1100 antes de Cristo. Sua origem é a Mongólia e não a China, como muitas pessoas pensam, pois eram criados por tribos bárbaras mongóis, e usados, a princípio, para guarda, caça e batalha. Quando Genghis Khan e seu exército conquistou a China, os cães que o acompanhavam eram, provavelmente, Chow-Chows. Com o passar dos anos suas funções foram ampliadas: serviam para pastoreio, como farejadores, busca, tração, como puxadores de trenós, fornecedores de pele e comida.

Entretanto, enquanto uns serviam como comida, outros possuíam até servos, pois eram os cães de companhia dos nobres chineses. Como caçadores, têm um olfato notável, táticas inteligentes e uma grande força, por isso era muito apreciado pelos imperadores, que tinham muitos exemplares em seus palácios. Em uma pintura de um salão imperial de 2000 mil anos aparece representado deitado debaixo de uma das mesas, de pelagem vermelha e a mesma expressão dos espécimes atuais. Os mosteiros budistas e palácios, desde o século XIII, foram os grandes preservadores do padrão da raça.

Em 1781 fora levados para a Inglaterra para serem exibidos num zoológico como cão selvagem. A nobreza inglesa apaixonou-se por esta raça e começou a criá-la. Logo houve muitos interessados em possuir esses animais, e em 1895 foi formado o Chow-Chow Club. O cão foi ganhando popularidade, nos anos 30 e 40 eram sinônimos de status. A raça chegou a ser uma das mais populares nos Estados Unidos, o que gerou problemas de saúde típicos de raças muito procuradas. Por causa destes problemas sua popularidade foi caindo da mesma forma que os problemas iam sendo solucionados, pois a “produção em massa” foi trocada por uma criação selecionada.

Possui aspecto leonino e postura altiva, cabeça larga e crânio plano; focinho que se alarga em direção aos olhos e que termina sem ser pontudo; nariz preto; olhos pequenos e oblíquos, escuros; orelhas triangulares, eretas, voltadas para a frente; a língua, o palato, as gengivas e os lábios são de cor violácea. Tem pelo comprido, abundante, espesso, com subpelo lanoso; uma ampla juba que lhe confere o típico aspecto leonino. Suas cores: fulvo, vermelho, creme, azul, negro, cinza-prateado, raramente branco, sempre unicolor. A estatura deve ser compreendida entre 55-60 cm, mas nunca deve descer abaixo de 45,7 cm. O peito é largo e profundo; o dorso curto e forte; a cauda, farta de pelo, é trazida caída sobre o dorso.

Na Mongólia e China, era empregado na guarda dos juncos, na tração de carrinhos. Como já dito, a sua carne era comida e se fazia comércio de sua pele. A triste situação dos antepassados e a falta do afeto de um dono, tornaram melancólico o temperamento deste belíssimo cão, razão porque mostra-se pouco expansivo, distante, indiferente às brincadeiras. Porém é um cão fiel, sincero, muito afeiçoado ao dono. Suporta com desagrado a corrente e a focinheira. Além disso, é educado, asseado e paciente. É um cão de companhia, próprio para as pessoas tranquilas. Necessita de muita escova principalmente no verão.

Independência é a palavra que mais define um Chow-Chow. Com um forte sentimento de hierarquia, normalmente se identifica mais com uma determinada pessoa na casa e nem sempre com aquele que lhe dá comida. Quando late, pode ter certeza que há algo errado, pois nunca late à toa, mesmo sendo criado com cães barulhentos. É excelente caçador de ratos, aves, pássaros, gatos, sapos. Ótimo cão de guarda, avisa muito antes do ataque, que, se ocorrer, poderá causar um bom estrago, devido à força de sua mordedura e forte dentição. É extremamente inteligente, embora difícil de adestrar, pois não se submete a qualquer um. Deve ser tratado com paciência e atendê-lo todas as vezes que chamar. Assim se sentirá agradecido por nosso interesse e saberá que pode contar conosco em caso de necessidade.

A comunicação entre o Chow-Chow e uma criança é imediata e recíproca. Entretanto deve-se ensiná-la que ele não é um ursinho de pelúcia e nem um brinquedo, é um ser vivo e por isso merece ser amado e respeitado. E que não deve molestá-lo quando estiver comendo ou dormindo. Assim também adverti-la de que não deve surpreendê-lo por trás, pelo menos a princípio. Apesar de adorar profundamente as crianças, o Chow-Chow não as vê como donos e sim como bons companheiros, pois entende que obedecem, assim como ele, as ordens dos adultos.

Tendo sua origem em uma região assolada por ventos gelados, o Chow-Chow desenvolveu um grosso casaco de pelos. Por isso o clima quente não é muito propício ao seu bem estar. Aquele que vive em uma região quente acaba desenvolvendo um pelo menos denso para permitir uma ventilação maior e um subpelo que mantêm a temperatura constante. A tosa constante é um procedimento útil para ajudá-lo a enfrentar com maior facilidade o calor. Em locais de invernos rigorosos, a tosa deve ser feita no início do verão e mantida durante esta estação, mas quando o inverno chegar o cão já deve estar com o casaco natural recomposto ou grande o suficiente para mantê-lo aquecido. A tosa possui, além da vantagem de diminuir o calor do cão, a maior facilitação na higienização tanto do cão quanto do ambiente. A umidade é mais problemática que o calor. Se ele viver em um local muito úmido, as chances de aparecerem problemas de pele são muito maiores. O ideal é, portanto, um local arejado e fresco.

* Fonte: Todos os Cães, de Gino Pugnetti, e Chow.com.

* Foto: En.wikipedia.org.

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