CAPA DO 1.º NÚMERO DO JORNAL “TRIBUNA DE PATOS” – 2.ª FASE

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O jornal Tribuna de Patos iniciou sua circulação em 1.º de fevereiro de 1953 com uma particularidade interessante: sua propriedade era de gente de fora, da Empresa Editora “O Eco” da cidade de Bambuí. O motivo que levou a imprensa daquela cidade a editar um jornal aqui está explicado no primeiro parágrafo do artigo “Ao Público”: Lançado hoje, em Patos de Minas, êste jornal, fazê-mo-lo porque nos afeiçoamos a esta terra e acreditamos no seu povo, em suas possibilidades e no seu futuro.

Com redação principal de J. Arimathéa Mourão e auxiliado por Ary Lacerda teve uma existência efêmera, mesmo bem aceito, encerrando suas atividades em dezembro do mesmo ano. Três anos após, talvez por causa daquela boa aceitação, Fernando Kitzinger Dannemann (redação) e Jefferson Eli dos Santos (direção) o relançaram em 1.º de janeiro de 1956 baseando-se em quatro pontos básicos: ausência de qualquer partidarismo político; criticar, porém construtivamente; trabalhar pelo progresso do município; informar com exatidão: Não estamos à sôldo desta ou daquela facção política, nem nos inclinamos, jornalisticamente falando, para êste ou aquêle lado… Diante disso, tornando-se necessária a crítica e ela virá, contra fulano ou sicrano, porém visando apenas contribuir para a correção de pequenas falhas.

A Tribuna de Patos em sua segunda fase circulou por pouco mais de um ano. Em 15 de abril de 1956, a matéria “Terra da Fome e da Miséria” mexeu com a susceptibilidade de algumas pessoas. Por causa dela, o jovem (24 anos) jornalista Fernando Kitzinger Dannemann recebeu uma intimação do delegado, que lhe ditou a seguinte sentença: – “Você tem 24 horas para deixar a cidade, pois não temos como lhe garantir segurança”. Ao lado, o amigo Dr. Mário da Fonseca Filho, retrucou: – “Se o problema é segurança, tome, Fernando, eis a sua segurança”. Na frente do delegado o Dr. Mário entregou ao jornalista um revólver calibre 38. E assim, durante um certo tempo, constantemente acompanhado por outro grande amigo, Oswaldo Amorim, Fernando trabalhou e transitou pelas ruas de Patos de Minas com a arma em estado de alerta, continuando com seu trabalho de divulgar a verdade¹.

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* 1: Leia “Terra da Fome e da Miséria”.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

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