AMEAÇA DA FEBRE TIFÓIDE, A

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FEBRE TIFOIDETEXTO: JOSÉ ALCIDES LEAL LIMA VERDE (1950)

As primeiras vitimas dos patrulheiros do alto comando do bacilo de Eberth já se fizeram sentir, reclamando junto aos responsáveis pela profilaxia rural, fossem tomadas energicas providências no sentido de colocar a população da cidade a salvo de uma epidemia maligna, de efeitos desoladores e compungentes.

Avaliamos a importancia da noticia contristadora e aquilatamos o valor que ela em si mesma encerra, porquanto lamentavelmente não nos veio ao conhecimento de que o Centro de Saúde local, pelo seu chefe ou pelos seus auxiliares, houvessem eles alertado a população para incontinenti procurar o Posto para se vacinar preventivamente.

São diversos os casos constatados de paratifo e tifo nas circunvizinhanças e na propria séde da cidade. Representam – seja qual fôr esse numero – um reclamo junto à Saúde Pública e ao govêrno municipal para que façam algo para combater o mal, saneando, isolando os casos apontados, favorecendo aos desprotegidos da fortuna com a cloromicetina – cujo efeito é seguro, mas de preço excessivamente elevado para o pobre – e ao mesmo tempo abrindo uma campanha instrutiva para que o povo compreenda o valor da imunização pela vacina oral ou parenteral. É necessario dar conhecimento ao povo de que ha estoque de droga preventiva e imunisadora; é preciso de severa vigilancia das autoridades em horas incertas como esta, como também é forçoso que o responsável pela direção do Centro de Saúde esteja presente nestes momentos de gravidade de ver grassar a febre tifoide a toda a população. A incuria de uns poderá acarretar o mal para todos. Urge portanto que o Chefe do Centro de Saúde permaneça à testa de seu posto, para debelar os casos de paratifo e tifoide constatados e a Prefeitura solidariamente facilite o isolamento e contribua com o remedio para aqueles que não podem adquiri-lo por conta propria.

E’ justo, é louvavel e é humano que se faça alguma coisa em prol de um povo que periclita ao sopro do flagelo ameaçador.

* Fonte: Texto publicado sem título na coluna Problemas da Cidade da edição de 23 de abril de 1950 do jornal O Patense, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Pt.slideshare.net.

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