POBRE GERAÇÃO FUTURA

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2TEXTO: BOLETIM INFORMATIVO (1979)

Por falar nisso, parece que o Bairro Guanabara não está sendo preparado para as gerações futuras, pois está ficando muito desligado da geração presente, que gostaria de atravessar o córrego da cadeia pelas ruas Deiró Borges ou Maestro Augusto Borges, que morrem por lá, nem sei aonde, pois o mato não deixa ver e é arriscado chegar perto, devido as onças que miam lá a noite inteira. A geração futura não terá a mínima dificuldade em atravessar as ruas supraditas para a banda do magestoso bairro. O que será que estão esperando?

Esta estória de “geração futura” é para inglês ver ou boi dormir. Já o Pedro Pereira, quando prefeito nos idos saudosos, legou um viveiro de colibris para a geração futura. E eu pergunto agora, o que foi feito dele (o viveiro)? A geração má e perversa destruiu tudo. O Binga também deixou para a geração futura um parque de brinquedo lá na Pç. Abner Afonso e o que foi feito dele (parque)? A geração veio e destruiu tudo.

Eu acho que a geração futura não saberá compreender nossas idéias e nossas metas. Irá destruir tudo e nos taxar de idiotas. Não foi assim que fizeram com os meio-fios lá na entrada da Mata dos Fernandes? Então, pergunto, vale a pena deixar a geração atual chupando o dedo e cair no ridículo das gerações futuras? Estamos quase obrigados a ter saudades de um passado que nada nos legou. Eta Ataidão lascado! Eta Genésio herói!… “O tempora, o mores!… Ó tampo das amoras!

O prefeito municipal, cuja atenção se volta ao futuro das gerações, está absolutamente certo em não terminar o serviço do Canal do Mamoré. Afinal, a geração precisa aprender que a podridão debaixo, não é tão grande quanto se apregoa. Ao passar pelo canal, eu o faço cabisbaixo, por que a podridão que vem de cima é bem maior do que a que rola embaixo. Bolim bolacho, bola em cima, bola embaixo.

* Fonte: Texto publicado na coluna B.I na Fofoca da edição de 18 de março de 1979 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Br.freepik.com, meramente ilustrativa.

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