FÓRUM OLYMPIO BORGES

Postado por e arquivado em INVENTÁRIOS DIMEP.

HISTÓRICO

Coube a Olegário Dias Maciel a idealização na década de 1930, bem como o investimento de fundo público e ação política, na construção do prédio que abriga até a atualidade o Fórum Olympio Borges. Na década de 1930 o prédio do Fórum foi erguido e é considerado uma das principais obras do Governo Olegário Maciel na Cidade, tornando-se ícone da nova forma urbana que se configurava na vastidão da chapada, em frente à Catedral de Santo Antônio de Pádua. O projeto é de autoria de Luiz Singnorelli e Rafaello Berti, arquitetos de origem italiana radicados em Belo Horizonte. Para se construir o novo prédio foi necessária a remoção do antigo cemitério municipal, que deu possibilidade para a ampliação do alinhamento dos edifícios públicos na antiga Avenida Municipal. Em 1936 foi inaugurado o imponente edifício do Fórum que, mediante indicação da Assembléia Legislativa de Minas Gerais recebeu o nome de “Olympio Borges”, a mais expressiva liderança política da família Borges, a oposição local à família de Olegário Dias Maciel. O edifício foi tombado pelo Município em 14 de abril de 1998.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

0DESCRIÇÃO

Projetado por Luís Signorelli e Raffaello Berti, o prédio é a mais importante amostragem da arquitetura Art-Déco em Patos de Minas. Possui dois pavimentos, fundação estruturada com embasamento alto em concreto, evidenciando os alicerces. Recuado dos alinhamentos, o edifício apresenta uma planta de forma geométrica singular, que se destaca pela situação do lote na esquina, e pela vista ampla na Avenida Getúlio Vargas. Possui três fachadas principais, sendo duas laterais simétricas, e a central, na transversal, enquadrada por contrafortes em massa, entrada principal protegida por marquise com balcão sacada, frontispício elevado acima da linha da cumeeira central, formando a platibanda do corpo principal. O acesso principal é por meio de escada em mármore branco, sob marquise e balcão, chegando ao saguão que distribui a circulação, tanto para os corredores, central e laterais, como para a escada monumental que conduz ao segundo pavimento, também em mármore branco, onde fica o salão do júri.

A fachada central possui cornijas em frisos na parte superior e nas laterais do frontispício, modenaturas decorativas com ressaltos em massa, funcionando como beirais, cimalhas superiores sobre cornijas verticais em massa trabalhada artisticamente e platibanda, com elementos centrais decorativos em alto relevo. As fachadas laterais simétricas apresentam platibanda menor com ressalto na parte superior e cimalhas decorativas demarcando o enquadramento entre o primeiro e o segundo pavimento. Dois painéis verticais em vidro decorado (colorido) sobressaem-se das laterais do segundo pavimento, em combinação com três seteiras verticais em vidro decorado encimado a porta externa do saguão superior, que apresenta-se em arco plano, enquadrado por cimalhas de massa, estrutura de madeira, vedação externa em vidro liso, internamente almofadas, quatro folhas de abrir articuladas duas a duas por meio de cremona, seis divisões, com bandeiras e laterais fixas, ladeadas por duas arandelas nas paredes, balcão sacado sobre marquise que protege a entrada principal no primeiro pavimento. Duas janelas de madeiras foram substituídas por dois basculantes de vidro martelado, descaracterizando a ordem estabelecida pelo conjunto.

O partido arquitetônico adotado apresenta a parte central um pouco recuada em relação às laterais, a porta principal com duas folhas de correr, de ferro batido, elementos geométricos decorativos, fechada na parte inferior em chapa de ferro lisa, pintada a esmalte, com friso decorativo, e nas laterais, bancos de alvenaria rombuda destacam o acesso pela escada. Todos os panos de alvenaria são marcados por frisos em baixo relevo, que em conjunto com as cimalhas e modenaturas dão uma sensação de movimento. As janelas são destacadas por pequenos ressaltos em massa, enquadramento em madeira, folhas de abrir com variadas divisões, tendo vedação de vidro liso externamente e almofadas de madeira internamente, bandeiras de vidro fixa, podendo as janelas apresentarem-se com duas, três, quatro ou cinco folhas, correspondendo-se umas às outras em cada pavimento.

Proteção Legal Existente: Tombamento.
Proteção Legal Proposta: Restrições de Uso e Ocupação, Entorno de Bem Tombado.
Estado de Conservação: Bom.
Análise do Estado de Conservação: O edifício está em bom estado de conservação. Passou por ampla recuperação em 2001.
Fatores de Degradação: Existem problemas pontuais de infiltração na cobertura. As infiltrações começam a deteriorar elementos de forros e pinturas de paredes e lajes.
Medidas de Conservação: a manutenção é feita com regularidade, mas a possibilidade de construção de um novo prédio é fator de preocupação pois tal situação inibe medidas conservativas e de manutenção.
Intervenções: Recuperação total com retrofit em 2001. Substituição de janelas por similares, recuperação total da cobertura (colocação de subcobertura), Novo sistema elétrico e lógico, adaptação e modernização de sanitários e instalações logísticas, repintura total.

FICHA TÉCNICA

Levantamento: Marcelo Ferreira Rodrigues (Fevereiro de 1999).
Elaboração: Alex de Castro Borges – CREA 67.700/D-MG Rosa Maria Ferreira da Silva (19/11/2010).
Revisão: Regina de Fátima Pacheco – Alex de Castro Borges (19/11/2004).
Revisão: Thaís Azevedo Alves (16/12/2008).
Revisão: Rosa Maria Ferreira da Silva (31/03/2009).

* Foto (06/03/2016): Eitel Teixeira Dannemann.

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