ANUNCIADA A CONSTRUÇÃO DA IGREJA CRISTO REDENTOR

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5Prepara-se o Bairro da Lagoa-Grande¹ para assistir ao lançamento da Pedra Fundamental de uma Igreja dedicada a “Cristo Redentor”, numa iniciativa do Vigário da Paróquia de Santa Terezinha, que leva para o terreno prático, o anseio daquele populoso bairro.

Tão logo a notícia chegou ao nosso conhecimento procuramos o Revmo. Frei Joaquim de Gangi, sacerdote que se notabilizou pelas suas virtudes de Pastor exemplar, e dêle colhemos as seguintes informações, sôbre o notável empreendimento:

A construção da Igreja “Cristo Redentor” visa a cristianização e progresso espiritual, moral e material do Bairro da Lagoa-Grande, núcleo que abriga as camadas sociais mais pobres e preteridas de nossa cidade.

A Igreja será dedicada a Cristo Redentor, pois já seu nome indica, claramente, sua histórica finalidade futura.

O empreendimento, eminentemente cristão, e de alta relevância Social, será consumado nas proximidades da Lagoa Grande, e mais exatamente, na Rua Rio Grande do Norte, num terreno doado pelo sr. Ilídio Caixeta de Melo e pelos herdeiros de sua pranteada espôsa, D. Elizeta.

Pela sua localização, uma enorme área habitacional estará se beneficiando com a assistência espiritual, há muito reclamada pelos moradores do Bairro, reclamação que encontrou o maior carinho por parte do Frei Joaquim de Gangi, que se mostrou imediatamente, desejoso de extender sua missão a tôdas as ovelhas confiadas ao seu Zêlo.
Sem contar com disponibilidade para execução da obra, mas com a fé que abala as montanhas, o Revmo. Vigário deu-nos a entender que espera e confia na compreensão, na bondade e na generosidade, já muito experimentada, segundo disse, do Povo Patense.

Ao nos ser exibido o projeto, de autoria do Revmo. Frei Francisco de Manaus, engenheiro e clérigo Capuchino, aduziu o nosso sacerdote jubilar: “O projeto além de moderno e funcional, segue as normas litúrgicas esmanadas, últimamente, pelo Concílio Ecumênico. Prático e Simbólico, o que o torna mais admirável, pode ser resumido da forma seguinte: O povo dirige-se todo para o altar, onde se sacrifica a Vítima Divina, cuja oração se eleva ao Céu, o que é indicado pela torre, que, justamente, por isso, está no fundo da Igreja”. A mesma idéia, depois da explicação do Revmo. Frei, nos adveio com a visão externa da futura Igreja.

Embora se admitam a simplicidade e o aspecto funcional da obra, não podemos qualificar como accessível o seu custeio, visto que, as inflações de outras épocas, tornaram caras tôdas as construções. Compreendendo êste pormenor, Frei Joaquim de Gangi pediu que Folha Diocesana fôsse portadora de seu pedido, que também é nosso, para que o povo de Patos se una para que, num futuro bem próximo, seja realidade para todos, o que antes fôra o sonho de alguns. Lembrem-se os leitores que, pedimos para dar assistência aos menos favorecidos. Tôda e qualquer ajuda será valiosa. Será grave a sua omissão. Acresce-se ao pedido do vigário a incontestável verdade de que a Igreja Católica, entre moral e material, é sempre o símbolo e a pioneira real de todo progresso da verdadeira civilização.

Finalizando as suas palavras, Frei Joaquim de Gangi acenou-nos também para registrarmos que, a obra que hoje se pretende realizar, vem de há muito, desafiando a vontade de outros vigários e do povo daquele Bairro, que, vê hoje, com a graça de Deus, amadurecer e aproximar-se da realidade o sonho de todos nós…

Folha Diocesana, nesta oportunidade, se rejubila com o Vigário Frei Joaquim de Gangi e externa os mais sinceros votos de que a obra que prestes se iniciará faça com que o Bairro da Lagoa Grande, dignamente, se incorpore à Bela Capital do Milho e Rainha do Alto-Paranaíba.

E, por nossa conta, pedimos à Municipalidade que, vendo o exemplo do Frei Joaquim e do Povo do Bairro lagoa Grande, faça com que saia da Planta e se torne realidade a Urbanização da Lagoa Grande.

* 1: A Lei n.º 2.758, de 04 de junho de 1991, separou parte do Bairro Lagoa Grande e incorporou oficialmente ao Bairro Cristo Redentor. Portanto, hoje a Igreja Cristo Redentor localiza-se no bairro de mesmo nome. Em 15 de maio de 1997, através da Lei n.º 4.420, houve uma reformulação de perímetro e logradouros do Bairro.

* Fonte: Texto publicado com o título “Uma Nova Igreja em Patos de Minas” na edição de 29 de agosto de 1965 do jornal Folha Diocesana, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Construfacilrj.com.br, meramente ilustrativa.

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