NOS TEMPOS DA LÂMPADA ALADIM

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8Antes da chegada da luz elétrica em 14 de agosto de 1915¹, poucas lâmpadas a óleo iluminavam os logradouros públicos patenses, conhecidas popularmente naquela época como Aladim, sendo que não há registros sobre a data do início da sua utilização. Foi este o nosso primeiro sistema de iluminação pública, que não chegou, como outros lugares, a experimentar os arcaicos sistemas das lâmpadas belgas, a carbureto e outros. Mesmo o querosene para as lamparinas e lampiões era artigo ao alcance de uns poucos. O combustível mais comum, para a iluminação, era mesmo o óleo de mamona que abastecia as candeias de um ou mais bicos.

Os primeiros lampiões da iluminação pública eram chumbados nas paredes das casas para espalharem uma luz pálida de um fumarento pavio, apesar da fuligem e da fedentina que esses pontos primitivos de luz exalavam na cidade. Eles só podiam ser acesos ao anoitecer e por um encarregado da Câmara Municipal. No outro dia, ao amanhecer, lá estava o mesmo encarregado para apagá-los.

Eram realmente muito escuras as nossas ruas e praças, tanto que sempre se discutia este assunto nas sessões da Câmara Municipal. Mas foi somente a partir de 1912 que as autoridades foram mais efetivas em melhorar a iluminação pública com postes. Em 24 de setembro de 1912 o Presidente e Chefe do Executivo, Dr. Marcolino de Barros, insere em projeto a quantia necessária para compra de lâmpada a querosene, sem especificar a quantidade. Oito meses após, o jornal O Commercio publicou a seguinte nota:

Domingo passado, foi inaugurada em o Jardim do Rosario², uma excellente lampada “Aladim” com força de 1000 velas. Foi um grande melhoramento introduzido em nosso Jardim. Uma meia duzia d’estas lampadas espalhadas ahi pela nossa cidade, daria um optimo resultado e não ficaria muito caro. Que diz a isso a nossa illustre Edilidade?

A illustre Edilidade tinha noção exata do enorme problema, tanto que já estava em andamento a construção da primeira usina de energia elétrica¹. Talvez por este motivo não empenhou maiores investimentos em lâmpadas à óleo. Entretanto, não ficou inerte à necessidade de mais um pouco de luz, sendo outras lâmpadas instaladas. Comprovando, o mesmo jornal noticiou em 17 de maio de 1914 a inauguração de duas lâmpadas “Aladim”: uma no Largo da Matriz, em frente à Travessa do Comércio; outra, na Travessa 14 de Julho. Em busca de melhor luminosidade, os postes tiveram sua altura aumentada.

Um mês antes da chegada da luz elétrica, pelo vereador Christóvão Fonseca foi assinada moção por si e pelos colegas Cornélio França de Oliveira, Adélio Dias Maciel, José Pereira Guimarães, João José da Mota e Agenor Dias Maciel, em 15 de julho de 1915, autorizando o Agente do Executivo a transferir paras as sedes dos distritos de Lagoa Formosa, Santana, Areado e Santa Rita as lâmpadas Aladim existentes na cidade tão logo seja inaugurada a luz elétrica, por conta dos referidos distritos, pela verba Obras Públicas Distritais.

* 1: Leia “Eletricidade: Da Lamparina è CEMIG – Histórico da Força e Luz”.

* 2: No quarteirão da atual Avenida Getúlio Vargas, entre as Ruas Olegário Maciel e José de Santana, havia a Capela do Rosário (demolida em 1925), por isso o local era denominado Largo ou Jardim do Rosário. Leia “Histórico da Igreja do Rosário”.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Fonte: Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca; Jornal O Commercio, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Vanenfrente.blogspot.com.

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