CONFISSÃO TRAMADA

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O Valdomiro trabalha num açougue do Mercado Municipal. Coisa que ele mais gosta é de um rabo de saia, mas um rabo de saia especial: mulher casada. De mulher solteira ele passa longe. O porquê desta mania só perguntando para ele. Um dia desses o encontrei e fiquei sabendo de sua última arte. Num domingo, para enorme surpresa do padre, Valdomiro foi confessar.

– Padre, eu pequei, mas não foi culpa minha. Eu estava quietinho no meu canto e uma mulher casada me seduziu. O senhor sabe, né, que não resisto a uma mulher casada.

O padre quase não acreditou que era mesmo o mulherengo Valdomiro que estava ali ajoelhado confessando o seu pecado. E perguntou:

– Diga, Valdomiro, com quem você pecou.

– Padre, desculpe, mas não posso dizer o nome porque é uma senhora muito conhecida na cidade, esposa de um médico. Ela que venha aqui e confesse o seu pecado.

O padre insistiu de todas as formas, mas não conseguiu arrancar do homem o nome da pecadora. Então resolveu jogar o verde para tentar colher o maduro:

– Valdomiro, por um acaso foi a Celeste Alvez?

– Eu já disse, padre, que não digo o nome.

– Talvez a Maria Antonieta?

– Jamais direi, padre.

– Seria a Márcia cabeleireira?

– Meus lábios estão selados, padre.

– Quem sabe a Joaquina da prefeitura?

– Não direi!

– Então foi a Ádria da pastelaria?

– Padre, não sei porque está insistindo, pois não direi. Repito: ela que venha aqui e confesse o seu pecado.

O padre percebe que não vai conseguir com o rapaz o nome da pecadora e o libera, recomendando as rezas necessárias. Saindo do confessionário, Valdomiro voltou para o banco, ao lado de um amigo, que perguntou de imediato:

– Conseguiu, conseguiu?

Com a cara da maior felicidade do mundo, Valdomiro respondeu:

– Consegui, consegui, cinco nomes de mulheres casadas que estão dando mole pela cidade!

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 10/04/2017 com o título “Jardineira de Pedro Gomes Carneiro”.

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