TRANSPORTE CORRIQUEIRO DO GATO

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Um dos fatores que leva os proprietários a desistirem de levar o gato à clínica veterinária ou a outro lugar é a dificuldade de colocá-lo numa caixa de transporte. Os gatos devem estar adaptados a viajarem de carro, para que o estresse que acompanha a saída forçada de seu ambiente habitual diminua. O objetivo é que ele aprenda a associar a caixa de transporte a algo agradável e que entre nela de forma voluntaria. Dotada de uma cama macia e confortável, deve ser um objeto familiar no mobiliário da casa. Se o gato responder favoravelmente a biscoitos, ao catnip (erva-dos-gatos)¹ ou a brinquedos comuns, deve-se usá-los como um reforço positivo, colocando-os dentro da caixa, para que o gato se sentia encorajado a entrar nela.

Quando a caixa de transporte faz parte do ambiente doméstico os gatos deixam de associá-la apenas às saídas forçadas de seu ambiente habitual. Assim, eles começam a ver a caixa como um local seguro dentro e fora de casa. As melhores são aquelas que têm duas aberturas, uma superior e outra frontal, pois as que permitem a remoção da parte superior possibilitam que o gato seja examinado sem sair da mesma. Nunca devemos expulsar o gato da caixa.

No dia do transporte, para evitar o estresse da perseguição e da captura, o animal deverá ser atraído para uma pequena divisão da casa, antes do proprietário ir buscar a caixa. O auxílio das feromonas sintéticas² pode ser útil. Neste caso, o proprietário deve vaporizar a caixa com as feromonas cerca de 30 minutos antes de introduzir o gato. Relativamente ao transporte de carro, os gatos devem estar habituados ao levantamento da caixa, necessário para entrar e sair do automóvel. Durante a viagem, a caixa deve ir segura, colocada no chão ou no assento com o cinto de segurança. Pode ser necessário colocar uma toalha por cima para que o gato se sinta mais seguro.

Quando o gato é reintroduzido ao seu ambiente habitual e existem mais gatos, ele pode ser alvo de reações agressivas e ansiosas por parte dos outros, uma vez que o odor familiar foi substituído por odores estranhos. Em alguns casos, para restabelecer o odor do grupo pode ser necessário passar uma toalha pelo corpo dos gatos residentes e depois passar essa mesma toalha pelo gato que chegou.

* 1: Nepeta cataria Lamiaceae, conhecida pelo nome comum de erva-gateira ou erva-dos-gatos, é uma planta herbácea nativa da Europa e do sudoeste da Ásia Central, introduzida em muitas regiões temperadas. Seu nome comum tem origem no efeito excitante que exerce sobre gatos domésticos. Muitos brinquedos, geralmente em formato de bolas, ratinhos de feltro e novelos de lã, contêm catnip, uma atração irresistível para os gatos.

* 2: Compostos naturalmente secretados por animais, de modo que eles possam se comunicar com os membros da mesma espécie. Durante a lactação, por exemplo, as cadelas secretam uma feromona que tranquiliza os seus filhotes quando estão perto delas. Da mesma forma, os gatos secretam feromonas faciais que depositam em lugares conhecidos, a fim de marcar um território familiar e seguro.

* Fonte: Prevenção de Alterações e Doenças do Comportamento em Gatos (2014), de Sofia Torres Vieira Barbosa Ferreira.

* Foto: Cachorrogato.com.br.

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