PORQUINHO-DA-ÍNDIA

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Este é um típico caso em que o nome não tem nada a ver com o animal, pois o Porquinho-da-índia não é um filhote de porco e muito menos indiano. O nome se deu por causa dos povos das “Índias Ocidentais” (os europeus do final do século XV chamavam de Índias Ocidentais o continente americano descoberto no final daquele século por Cristóvão Colombo) que o tinham como alimento (a carne é considerada de sabor agradável). Os incas o chamavam de “Cuí”, por causa dos gritos curtos que emite, tendo-o adotado como mascote. Também chamado de Preá, já foi muito utilizado como cobaia de laboratório. Mais recentemente os cientistas estão usando o camundongo branco.

Ter um Porquinho-da-índia como animal de companhia é uma experiência cativante.  Ele vive em média de 5 a 8 anos. A decisão de trazer um deles para casa precisa ser feita cuidadosamente, na certeza de lhe proporcionar as condições ideais de sobrevivência. Assim que chegar em casa, deixe-o sozinho por um dia para se ajustar ao novo ambiente. Ele não vai gostar de ser pego no início. Suborná-lo com vegetais atraentes vai ajudar a ganhar confiança e com paciência ele ficará muito dócil. Como se assusta facilmente, fale baixo e movimente-se devagar. Usa-se uma toalha para pegá-lo apoiando seu corpo inteiro com as duas mãos. Se não for pego de maneira apropriada ele pode mordiscar ou morder. Quando se pega o animal não é recomendável colocá-lo na posição de barriga para cima, pois essa posição causa-lhe falta de ar. Conforme o tempo, pode até causar a sua morte.

O Porquinho-da-índia (Cavia aperea) é um animalzinho muito rústico e adapta-se facilmente ao habitat em que se encontra. Quando adulto, o macho mede cerca de 25 cm e pesa de 900 a 1200 gramas, enquanto a fêmea costuma ser menor e mais leve, tendo em média 20 cm e pesando de 700 a 900 gramas. Há variações tanto para cima quanto para baixo. Ao mesmo tempo em que é tímido por natureza, é tremendamente ágil quando se depara com um predador. Nesse momento foge assustado correndo aos pulos e emitindo os guinchos que os incas chamavam de Cuí. Num ambiente doméstico é animal vivaz e dócil, raramente mordendo, a menos que se sinta ameaçado ou perturbado. Na natureza, como qualquer animal considerado “presa”, tem o hábito de se recolher durante o dia para ficar ativo à noite. Portanto, no ambiente doméstico ele é mais ativo durante a noite.

Há vários tipos de cores e padrões, sendo os mais requisitados os seguintes: Abissínio, Pêlo curto, Coroado, US-Teddy, US-Rex, CH-Teddy, Peruano, Angorá, Shelties, Coronet, Texel, Merino, Alpaca, Mohair, Frisado.

Por causa da rusticidade, ter um Porquinho-da-índia em casa não proporciona muito trabalho. A indicação básica é um local bem seco e que receba luz do sol direta durante uma boa parte do dia. Não requer quaisquer instalações especiais ou técnicas especiais de manutenção. Basta um espaço onde possa organizar a sua rotina diária composta de passeios e brincadeiras além da higiene própria. Alguns criadores recomendam, para um casal, um espaço de cerca de 3200 cm² sem teto e com uma vedação baixa. Para melhorar o conforto disponibilize uma casinha onde ele possa se resguardar do frio. É preciso atenção para o perigo da presença de outros animais no mesmo ambiente como gatos e cães. Estes poderão atacá-lo. Outros dois inimigos: ratos e corujas.

Se a escolha for criá-lo em gaiola ela deve ser espaçosa, de um só andar, feita de telas aramadas e com bandejas pesadas. É preferível aquela que tem abertura em cima para permitir que o dono se interaja melhor com o animal. O tamanho mínimo é 76 x 91 cm para um só. Quando dois, o espaço mínimo é 76 x 127 cm. Cubra o fundo da gaiola com 2 a 5 centímetros de produtos de papel ou serragem. Trocar frequentemente (a cada 3 ou 4 dias) irá prevenir odores e ajudar o Porquinho-da-índia a manter a saúde. Cama de lã é outra alternativa. Não se recomenda: serragem de árvores aromáticas, que podem contribuir para problemas respiratórios; pó de serra e areia para gatos também não são boas escolhas para forração. O lugar onde a gaiola vai ficar deve ser claro, longe de correntes de ar, com uma temperatura estável entre 18 e 24ºC e sem incidência direta do sol. Acessórios: bebedouro, vasilhas pequena e pesada para ração, bebedouro tipo chupeta, caixa coberta para dormir e uma caixa-transporte para levá-lo ao veterinário e para viajar. Agora, venhamos e convenhamos, quem tiver condições de montar um palacete como esse da foto o amiguinho vai agradecer e muito.

Quanto à alimentação, há rações próprias para o Porquinho-da-índia, mas não se deve administrar apenas a comida seca (que não deve passar de 20%  da ração diária). É importante incluir o feno totalmente seco, livre de pó, com uma côr verde e cheiro agradável. A celulose presente nele é muito importante para a alimentação do animal. Além disso as fibras são fundamentais para evitar problemas dentários. Também é uma forma de ocupar o tempo, já que uma quantia considerável de feno leva sempre algum tempo a ser ingerida e dessa forma o animal não fica entediado sem fazer nada.  Dado importante é que o Porquinho-da-índia não sintetiza a vitamina C. Recomenda-se, então, administrar vegetais e frutas frescas, como ervas frescas e compridas, cenoura com ramo, pêra, maçã sem casca, pimentão, pepino, uva, coentro (não dar a fêmeas grávidas), espinafre, tomate, dente-de-leão, trevo, beterraba, salsa, laranja. Todos eles devem ser dados em quantidades moderadas e retirados os restos todos os dias. Evite misturas ou alimentos contendo nozes, sementes, frutas secas, açúcar, xarope de milho ou partes estragadas. Nada que contenha leite ou carne. Nada de ração de coelhos (elas não contêm vitamina C e podem ter antibióticos perigosos para o Porquinho-da-índia). Nada de sementes com casca (um perigo para engasgar). Nada de multivitamínicos (eles podem resultar em overdose tóxica de outras vitaminas que não a C). Cuidado com repolho, couve e brócolis (eles podem causar gases). Cuidado com alface (em grande quantidade pode dar diarréia).

O Porquinho-da-índia macho está apto para reprodução entre três a quatro mêses de vida, enquanto as fêmea entre três a sete mêses. Durante a sua vida de cinco a oito anos, reproduz praticamente o ano todo. O período de gestação é em média de 62 dias (recomenda-se o mínimo de contato nessa fase), gerando d e3 a 6 filhotes. O peso dos filhotes ao nascer é de 75 a 100 gramas, e a mãe pode entrar no cio 8 horas após o parto.

A idade ideal para o desmame é de 3 semanas, quando se deve separar os filhotes machos das fêmeas. Importante frisar que a fêmea possui apenas duas mamas. Quando o número de crias é de dois, três ou quatro, a desmama pode dar-se aos vinte dias, mas se o número de filhotes for maior, é conveniente deixá-los com a mãe até mais ou menos trinta dias. Mas, é importante não ultrapassar este tempo, pois nessa idade os dentes dos filhotes já estão em desenvolvimento, podendo machucar as mamas da mãe.

Há duas variedades de Porquinho-da-índia: de pêlo curto e de pêlo longo. O de pêlo curto não precisa de banhos sistemáticos, sendo dois por ano mais do que suficientes. O de pêlo longo requer pelo menos seis. Já existe no mercado xampu próprio para roedores de companhia. Se não encontrado, pode ser usado o indicado para gatos, mas sempre neutros. Prepare uma pequena vasilha com água o suficiente para não cobrir a cabeça. Lave-o com delicadeza se preocupando com olhos e ouvidos, sem virá-lo de barriga para cima. Depois, seque-o por completo. Independente da variedade, escová-lo diariamente vai ajudar a retirar pêlos mortos e diminuir a queda.

O Porquinho-da-índia é um animal sociável que anda em bando, e portanto, gosta de companhia. Um par do mesmo sexo (para prevenir gestação indesejável) será claramente mais feliz do que um animal sozinho. É um mito que dois machos juntos “sempre” brigam. Isso depende da personalidade de cada um. A grande maioria vai deleitar-se em ter uma companhia. O método mais fácil é juntar dois bebês ou um bebê e um adulto, mas adultos também podem ser juntados com sucesso. Apresente os animais em um local neutro e aberto. Observe cuidadosamente por uma hora ou mais. Se eles estão se entendendo, eles podem ser colocados em uma gaiola limpa recentemente (quanto maior, melhor, já que isso ajuda a melhorar a chance de fazerem um par com sucesso). Monitore por mais uma hora ou mais, tendo certeza de que eles continuam se entendendo. Se houver briga, separe imediatamente com uma toalha para prevenir que eles sejam mordidos.

Deixe em quarentena todo novo Porquinho-da-índia por 2 a 3 semanas. Trate do novo depois de cuidar dos já existentes, lavando bem as mãos e braços e trocando sua blusa (ou vista um avental) se tiver algum contato físico, para assegurar que se evite transmitir infecções de um para outro.

O Porquinho-da-Índia precisa se exercitar diariamente. Escolha um lugar espaçoso e fechado com um chão fácil de limpar como o banheiro ou a cozinha (cuidado com fios de eletricidade e outros perigos). Sacolas de papel pardo com a boca dobrada para dar estabilidade e caixas pequenas com buracos cortados dos lados funcionam bem como esconderijos. Animais jovens amam correr através de percursos com obstáculos como tubos grossos de PVC, túneis, blocos, etc. A maioria deles gosta de roer papelão, tubos de papel higiênico (para segurança, corte horizontalmente). Rolo de papel-toalha recheado com feno é uma boa opção para ele brincar na gaiola ou no chão.

* Fontes: Caring For Your Guinea Pig; Wikipédia; Saudeanimal.com; Bicharada.net; Porquinhosdaindia.info.

* Foto 1: Porquinhos-da-india.webnode.

* Foto 2: Porquinhosbr.com.

* Foto 3: Iikarla.blogspot.

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