HOSPITAL CENTRAL: SUCESSOR DO SANTO ANTONIO E ANTECESSOR DO REGIONAL

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O movimento para dotar Patos de Minas de um hospital teve começo em 1915 e seus cabeças foram os médicos Adélio Dias Maciel e João Borges, os farmacêuticos Agenor Dias Maciel e João Gualberto de Amorim Jr. (Zico Amorim), Sesostris Dias Maciel (Major Gótte) e Cônego Getúlio Alves de Mello. No dia 21 de fevereiro, com grande número de pessoas da sociedade, reuniram-se os mentores do movimento no Cine Magalhães. Durante os debates aparece o problema de como angariar fundos. Então, o Dr. Adélio sugere a formação de comitês e subcomitês. Os primeiros seriam constituídos na cidade, enquanto os outros, nos distritos. A sugestão foi unanimemente aceita. Era a largada para a criação do Hospital Santo Antonio¹.

Apesar do esforço de todos, dificuldades imprevistas não registradas oficialmente obstaram a realização do intento. Mesmo com o Hospital Santo Antônio juridicamente instalado, não chegou a funcionar, uma vez que não se construiu o prédio nem se adquiriu nenhum material para sua instalação. Quando tudo parecia perdido, Olegário Dias Maciel foi eleito Presidente do Estado. Aí entrou o irmão de Olegário, Farnese Dias Maciel. Este o convenceu a executar o projeto da construção do hospital. Somente no final de 1924, com verbas estaduais obtidas por Olegário Dias Maciel, a obra ganha novo impulso, agora com o nome de Hospital Central. Mas, assentado o madeiramento em alguns dos pavilhões, a obra foi interrompida. A edição de 03 de maio de 1925 do Jornal de Patos traz uma nota sobre a paralisação:

O Governo do Estado mandou suspender as obras do Hospital Central que estavam sendo construidas n’esta Cidade.

Consta que tal medida foi tomada por não estarem os impreiteiros cumprindo, escrupulosamente, o contracto.

Mais uma prova da lisura do benemerito governo do grande e inconfundivel Presidente, que vem implantando a honestidade em todos os ramos da administração publica, desorientando, assim, os que sò procuram os caminhos escusos e tortuosos das ambições inconfessaveis².

Sanados os problemas, finalmente aconteceu a inauguração em 18 de julho de 1930, mas não como Hospital Central³. Queriam os patenses que o Hospital tivesse o nome de Olegário Maciel. Este recusou terminantemente. Foi, então, escolhido o nome de seu pai, Antônio Dias Maciel, o Barão de Araguari. Ante o respeitoso silêncio do Presidente, prevaleceu a sugestão. A História só não contou porque a ausência do “Maciel”.

* 1: Leia “Hospital Santo Antonio: Embrião do Regional”.

* 2: Leia “Sobre a Paralisação da Construção do Hospital Central”.

* 3: Leia “Hospital Regional Antônio Dias”.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Fontes: Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca e Arquivo do Laboratório de Ensino, Pesqauisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 05/03/2013 com o título “Hospital Regional na Década de 1930”.

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