PEIXE FOLHA

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O Peixe Folha (Monocirrhus polyacanthus) é um dos peixes mais exóticos do aquarismo. Seu formato em forma de folha e suas peculiaridades na manutenção o tornam um animal de rara beleza, mas de difícil cuidado. Exige uma atenção especial por parte do aquarista, especialmente com relação à dieta. Sua expectativa de vida é estimada em 9 anos. Atinge tamanho médio de 8 cm, embora alguns exemplares possam chegar a 10 cm. Da bacia amazônica do Brasil, é também encontrado no Peru, Venezuela, Colômbia e Bolívia.

É um bom caçador, mas não é agressivo ou territorial. Quando caça, fica de cabeça para baixo, imitando os movimentos de uma folha morta, enquanto segue em direção à sua presa, até que seja possível capturá-la. Uma característica interessante é a capacidade de alterar sensivelmente as suas cores para se camuflar nas folhagens.

É recomendável um aquário de pelo menos 80 litros e com pouca movimentação de água; o pH preferencialmente ácido com dureza entre 1 e 10 DH; o formato do aquário mais largo e comprido do que alto. Folhas ao fundo, galhos e troncos são boas opções para deixar a espécie confortável no ambiente. Plantas flutuantes como as do gênero Echinodorus, que fornecem alguma proteção e esconderijo para a espécie, também são bem vindas. Nesse caso, dê preferência para aquelas que vão bem com uma iluminação mais fraca, característica do habitat do Peixe-Folha. Pelo seu instinto caçador, espécies menores provavelmente serão atacadas, então a preferência deve ser companheiros com pelo menos mais de 5 cm e que apreciem os mesmos parâmetros. Em se tratando do Peixe Folha, o Neon pode se tornar um belo aperitivo, já que é uma das suas caças prediletas na natureza. Manter um aquário específico para os Peixes Folha pode ser uma boa opção.

A alimentação é o maior fator de complicação na manutenção da espécie em cativeiro. Dificilmente se habituam a alimentos industrializados, muitas vezes aceitando somente alimentos vivos. Aos jovens, forneça minhocas, micro vermes, larvas do besouro do amendoim, artêmia salina, entre outros. Aos adultos, peixes pequenos. A literatura indica que, na maioria dos casos, poecilideos são utilizados para a alimentação dessa espécie. É necessário muito alimento disponível, pois são vorazes, chegando a comer o equivalente ao seu peso diariamente.

O dimorfismo sexual é difícil de definir. Na época da reprodução, contudo, as fêmeas ficam mais gordinhas devido aos ovos. Além disso, nessa época é possível observar o ovopositor. A reprodução não é simples de ser obtida em cativeiro, assim como simplesmente manter o peixe não é para qualquer um. Tenha um aquário com muitas plantas de folhar largas e/ou pedras lisas, onde os ovos podem ser depositados. Um pH inferior a 6 e temperatura alta, em torno de 27°C são condições que favorecem a desova. A fêmea deposita os ovos em alguma superfície lisa, como as folhas de Echinodorus ou uma pedra, e o macho os fertiliza em seguida. Ele mesmo cuida da prole. Após nascerem, o que acontece cerca de 3 e 4 dias após a fecundação, os pequenos nutrem-se durante quatro dias do saco vitelino. Nesse momento, devem ser alimentados com náuplios de artêmia. Conforme vão crescendo, seu voraz apetite vai se evidenciando. Alevinos de outras espécies de peixe podem ser oferecidos aos pequenos. Eles não comem alimento no fundo do aquário. O alimento deve poder nadar para ser visto pelos filhotes. Outro ponto a ser considerado é que pode ser observado canibalismo entre os bebês. Os maiores realmente irão comer os menores. Assim que possível, separe a ninhada por tamanho, para evitar que isso ocorra.

* Fonte: Texto de Keller Duarte Steglich, em Aquaonline.com.br.

* Foto: Aquariospeixescuidadoseespecies.blogspot.com.br.

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