TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1941)
Quinta-feira, quatorze de agosto, assinalou um dia de entusiastica e grandiosa festividade para a nossa oficial casa de instrução primária.
Obedecendo a um programa carinhosamente preparado, a cerimônia religiosa ali verificada cobriu-se do mais raro brilhantismo. Teve lugar, assim, no amplo pátio interno do estabelecimento missa celebrada pelo Exmo. Snr. Monsenhor Fleuri Curado, assistida por tôdos os alunos e professoras. Solenidade religiosa de intensa beleza, numa inequivoca demonstração de Fé, onde, a entoarem hinos de vibrante crença e louvor ao Creador, junto às suas mestras, quatrocentos alunos receberam a Hostia Consagrada, sendo setenta néos-comungantes.
Ao termino da mesma, ao lado do altar, impecavelmente ornamentado, dirigiu a palavra aos pequeninos e aos promotores da brilhante festividade o Exmo. Sr. Monsenhor Fleuri, expressando-se sôbre o acontecimento que “ad multos annos” ficaria gravado em nossos corações. E com aquela mesma característica com que se fez o “Sermão da Montanha”, patenteou-se o seu reflexo, quando referiu o nosso estimado vigário que aquele dia seria de bençãos para a modelar casa de ensino primário, por ter ali celebrada a Santa Missa. Disse ainda que o acontecido não o surpreendera, pôsto que era mais um singular ato de Confirmação de Fé da nossa gente.
Focalizou a adoção em as escolas oficiais do mesmo gênero de ensino religioso pelo govêrno do Brasil. Agradecendo, enfim, às Irmãs de Caridade do “Hospital Regional Antônio Dias”, às professoras, diretor do Grupo, que muito concorreu para a realização da festa, mostrou aos alunos o quanto deviam ser gratos às suas dedicadas mestras, que ali aperfeiçoam a sua educação, numa vibrante e bela continuação do lar…
Procedeu após o Exmo. Snr. Monsenhor Fleuri Curado à bênção do prédio, sendo padrinhos os Srs. Cel. Farnese Dias Maciel, Dr. Aristides Alves Pereira, Dr. Adélio Dias Maciel, Ataualpa Dias Maciel e o Dr. Oliveiros Marques de Oliveira.
Dirigiram-se, ao finalizar de tão importante ato, as autoridades eclesiasticas e civís, a uma das salas do estabelecimento, onde lhes fôra servida fina mêsa de dôces. E às crianças vivamente alegres e festivas, receberam também farta merenda. Terminou, assim, revestindo-se de excepcional expressão, a festividade que, espelhando as nobres virtudes e distinta qualidade pedagógica das professoras e dirigentes do Grupo Escolar “Marcolino de Barros”, se nos evidenciou o sentido elevado do ensino que lá se propaga.
* Fonte: Texto publicado com o título “No Grupo Escolar ‘Marcolino de Barros’” na edição de 17 de agosto de 1941 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.
* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 24/03/2017 com o título “Grupo Escolar Marcolino de Barros em 1933”.
