CALOPSITA

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A Calopsita (Nymphicus hollandicus), também chamada de Caturra, é uma ave que pertence à ordem dos Psitaciformes e à família Cacatuidae. De origem australiana, até o século 19 o pássaro era conhecido apenas pela população local. A fama mundial foi alcançada graças ao naturalista e ornitólogo inglês John Gould, que numa viagem de exploração ao país em 1838 se deparou com a bela ave a colorir os céus. Ao levar alguns exemplares para a Europa, teve aceitação imediata. Daí para frente, criadores fizeram uma infinidade de cruzamentos, gerando a primeira mutação de cor, que recebeu o nome de Arlequim.

Na natureza a Calopsita é arredia, como geralmente acontece com os psitacídeos. Pode viver até 20 anos. A geração criada através de cruzamentos transformou-a numa ave dócil que pode se transformar num agradável animal de companhia pela facilidade de ser amansada. Ao criar vínculo afetivo com o dono, permite ser tocada e acariciada, tendo muito gosto pelo contato. Em determinadas ocasiões chega a preferir a companhia dos humanos ao invés de membros de sua espécie.

Escolhida a Calopsita como animal de companhia, deve-se, então, ter a preocupação de levar para casa um filhote já com características amenas por natureza. Para tanto, basta apresentá-lo o dedo: se ele vier espontaneamente, tudo bem, pode levar. Se recusar, evite, pois o comprador terá um pouco de trabalho para amansá-lo.

A Calopsita gosta de amplos espaços, por isso a escolha recai sobre uma gaiola grande, quadrada ou retangular, própria para a espécie. O tamanho mínimo recomendado é 70 cm de altura, 60 cm de comprimento e 40 cm de largura. Se puder ser maior, melhor ainda, principalmente se houver muitas aves. O ideal é um viveiro que proporcione amplo espaço e alegria para a ave. Sendo gaiola, quanto maior o tamanho se justifica por causa dos acessórios, que ocupam muito espaço, como tigelas para alimento (aço inoxidável), água (rasa e de argila, para ser usada também como tina de banhos), poleiros (de preferência de ramos e galhos de árvores, de diâmetros diferentes) e brinquedos. Estes têm papel importante no bem estar da Calopsita. Por ser uma ave muito curiosa, está sempre procurando algo para fazer e se não tiver nada dentro da gaiola para sua distração ela começa a ficar entediada e isso pode trazer problemas comportamentais. Nas lojas do ramo há boa variedade de modelos.

A limpeza das gaiolas e/ou viveiros é fundamental para manter a ave em bom estado de saúde. Todos os acessórios devem ser limpos e desinfetados rigorosamente (água e todos os alimentos devem ser renovados), a começar pela bandeja do fundo, pelo menos de três em três dias. Apesar de ser uma ave resistente às mudanças de clima, o local onde vai ficar a gaiola deve estar isento da incidência direta do sol e também de correntes de ar frios.

A alimentação deve ser muito bem balanceada para manter a boa saúde do pássaro. Fazem parte de seu cardápio algumas sementes, além de frutas e verduras. Existe no mercado rações próprias, o que facilita o manejo. Se a opção for fazer a comida em casa, oferecer uma mistura que contenha 20% de alpiste, 50% de painço, 15% de arroz com casca, 10% de aveia e 5% de sementes de girassol. Complementando a ração, administrar frutas (maçã ou pêra sem sementes) e verduras, (espinafre, chicória). Estas devem ser oferecidas cruas. Excesso de alimentos pode tornar a ave obesa, acarretando doenças. Incluir também no cardápio osso de siba ou pedra de cálcio, deixando sempre à disposição.

É de suma importância ter conhecimento sobre os alimentos que não devem ser administrados à Calopsita, pelos desajustes que causam. São eles: alface (causa diarréia), abacate (leva à morte rapidamente), cafeína (consumo totalmente proibido mesmo em pequenas quantidades, pois pode causar hiperatividade, vômitos, diarréia, batidas cardíacas irregulares e morte), chocolate (causa os mesmos sintomas da cafeína), bebidas alcoólicas (o fígado das Calopsitas não consegue metabolizar o álcool, podendo causar lesões cerebrais e morte), sal (os psitacídeos não conseguem excretar sal como nós, por isso o consumo de sal causa excesso de urina e consumo de água, depressão, hiperatividade, tremores e até morte), gordura (pode causar doenças hepáticas, obesidade, diarréia, problemas nas penas, além de afetar a absorção de nutrientes. Outros alimentos que devem ser evitados: folhas de batata, tomate e feijão, sementes e caroços em geral (principalmente os de maçã, damasco, cereja, pêra, ameixa, pêssego).

A plumagem pode ser de várias cores: amarelo, branco, cinza, etc. Normalmente a Calopsita tem em cada face uma pinta laranja que protege os ouvidos da ave, porém as albinas não possuem nenhuma pinta. No macho adulto a face é amarela com a pinta laranja, na fêmea a face é cinzenta com infiltrações de amarelo e a pinta laranja não se destaca tanto. Outra diferença entre o macho e a fêmea é a parte interna da cauda, pois na fase adulta a do macho é de uma única cor, enquanto a da fêmea possui um rajado amarelo e preto. A crista no topo da cabeça também varia de cores. O comprimento médio é de 30 cm.

A reprodução poderá ser feita a partir de 12 meses durante todo o ano, mas é aconselhável tirar apenas duas ou três ninhadas por ano. Nesta fase é aconselhável reforçar a alimentação. Além da tradicional, acrescentar ovos cozidos, milho verde e pão seco. O ritual de acasalamento é outro ponto muito interessante, pois começa com o macho se exibindo para a fêmea, levantando e abaixando a crista, abrindo as asas e cantando. Então ele entra no ninho e a fêmea o segue, durante cinco ou dez minutos o macho esfrega a sua cloaca na da fêmea, que emite um som continuo e baixo. Este ritual costuma prosseguir por vários dias e a postura (4 a 10 ovos) costuma se iniciar de uma a duas semanas após a união do casal, sendo a incubação de 17 a 22 dias. Os filhotes devem ser separados dos pais com oito semanas de vida.

O ninho pode ser horizontal ou vertical, mas geralmente são utilizados ninhos verticais de 30 cm de altura. O fundo do ninho deve ser coberto com turfa ou aparas de madeira. Ambos os sexos chocam, os machos principalmente de dia e as fêmeas de noite. Algumas mutações de Calopsitas têm dimorfismo sexual quando adultas. A maioria, porém, apenas pode ter o sexo identificado com segurança através do exame de DNA.

Existem vários métodos para “amansar” a Calopsita ainda filhote. Cada criador tem o seu jeito e há um mais usado que os outros. E se é mais usado que os outros talvez seja porque surte melhor efeito. Trata-se de deixar os filhotes com os pais em seu ninho. Três vezes por dia deve-se alimentar os filhotes com uma papinha especial encontrada no mercado. Com isso as aves acabam ganhando confiança e, também alimentadas pelos pais, recebem os anticorpos que precisam presentes do regurgitamento paterno. O único inconveniente é o de, eventualmente, os pais abandonarem o ninho pelo fato de estarmos mexendo nele. Não é comum. Entretanto, evite manusear o filhote quando os pais estiverem no ninho.

Aparar as penas das asas pode ser feito para evitar sua fuga e para que ela tenha maior liberdade fora da gaiola ou viveiro. Assim ela poderá voar de um lugar ao outro em vôos curtos sem o perigo de se machucar ou escapar. O fato de não poder voar completamente torna a Calopsita mais dependente de nossa ajuda e isso facilita muito o processo de amansá-la Outra vantagem é que impede que a ave se machuque chocando-se contra paredes e janelas fechadas.

*Fontes: Wikipédia e Clubedascalopsitas.com.

* Foto 1: Denis-cruz.blogspot.

* Foto 2: Curtocalopsitas.blogspot.

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