CAIXA EMBURRADA

Postado por e arquivado em CANTINHO LITERÁRIO DO EITEL.

Pode conferir, e você vai logo perceber que a grande maioria dos caixas do comércio em geral é mulher (será por quê?), não só aqui em Patos de Minas, a coisa é geral no país do pau brasil. E pode conferir que você também vai logo constatar: a grande maioria está sempre emburrada. São poucas, raríssimas, que nos recebem com um sorriso no rosto. Coisa esquisita, já chegam cedo ao trabalho com raiva do mundo.

Num dia desses fui pagar uma conta numa padaria localizada à Rua Major Gote, no valor de R$9,50. E a tal da caixa tinha acima de sua cabeça uma nuvenzinha preta faiscante de raios, tamanha era a sua cara de enfado e raiva por estar fazendo aquilo que tanto odiava, mas era obrigada a fazer senão o maridão não tinha como pagar a cachaça. Tasquei uma nota de 10, ela fuxicou na gaveta e me devolveu de troco R$ 40,50. Peguei aquela fortuna e já no passeio os meus dois neurônios, o Id e o Ota, reclamaram:

– Tá errado!

Foi o que eu disse à caixa:

– Tá errado!

Ela me olhou com aquele olhar de quem tinha acabado de descobrir a traição do marido e respondeu na bucha:

– Como errado? Cê me deu 50 real, a conta foi 9 e 50 e o troco só pode ser 40 real e 50 centavo.

Falou isso e já começou a receber a conta de outro cliente. Eu insisti:

– Mas… o troco tá errado, você me deu…

Ela, bruscamente me interrompendo, disse:

– Ocê divia ter conferido na hora, agora que vá reclamar com o gerente.

Não fui reclamar com o gerente e, por tudo quanto é mais sagrado nessa vida, levei os 40 real e cinquenta centavo numa satisfação tremenda. Até hoje não me arrependi!

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 28/02/2013 com o título “Prefeitura em 1916”.

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