MIADO EXCESSIVO

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, COMPORTAMENTO, GATOS.

Um dos principais problemas de quem vai se aventurar na difícil luta contra os quilinhos a mais do gato é lidar com o miado excessivo. Gatos em dieta de redução podem ser um tanto quanto chatos. Muitos aprenderam a pedir comida através da vocalização (miados) e passarão a fazê-lo com uma frequência bem maior durante o período de adaptação. Os donos são acordados com miados, vão dormir seguidos de miados, e passam o dia ouvindo miados. Entretanto, muitas vezes não tem nada a ver com dieta. Dentre as causas mais frequentes desse problema tão comum, podemos citar ansiedade, busca por atenção, comportamento aprendido e mudança de rotina no ambiente.

Um gato ansioso é um gato que tem muita energia acumulada durante o dia. Geralmente são animais que passam o dia todo sem fazer nada, só dormem e comem. Gatos que se sentem muito sozinhos podem vocalizar para atrair a atenção do dono. Toda vez que o gato mia e o dono logo lhe dá um petisco, oferece ração, dá um carinho, ou simplesmente olha pra ele ou responde verbalmente, aquele comportamento é reforçado. A partir daí, ele entende que toda vez que miar, ganha alguma coisa. Se o dono morava em casa e se mudou com o gato para um apartamento, essa pode ser a causa para a vocalização excessiva dele.

A primeira, e talvez mais difícil, coisa a se fazer com um gato que apresenta vocalização excessiva é aprender a ignorá-lo. Quando o gato começar a miar, não o olhe nos olhos, não fale com ele, não se vire em sua direção, não abra a porta, não se levante da cama e principalmente não o recompense com petiscos, cafunés ou ração. Cada vez que o dono fizer exatamente aquilo que ele quer, ele só reforça esse comportamento. Mas não se deve ignorá-lo. Não espere ele miar para lhe oferecer um petisco ou cafuné, faça quando ele estiver calmo, relaxado e quieto.

Nunca use nenhum tipo de punição. Nunca grite, nunca utilize agressão física, nunca dê broncas, nem mesmo um “shhhh, fica quieto”. Isso funciona com cães. Punições só tornam o gato ainda mais ansioso e pioram o comportamento inadequado. Com relação a isso, os únicos tipos de punição que são permitidos, são os despersonalizados. Ou seja, aqueles em que o gato não sabe que partiu do dono. Aqui se incluem pistolas de água, borrifadores de água, emissores de barulho ultrassônico e objetos que fazem barulhos de modo geral (uma latinha com moedas dentro, por exemplo). A ideia é dar um “susto” no animal, sem que ele perceba que veio de você.

Gatos precisam correr, pular, caçar e arranhar. É da natureza deles, e privá-los dessas atividades os deixam estressados e passíveis de desenvolver comportamentos inadequados. Para fazer com que o gato se comporte como um gato, temos uma ferramenta simples, chamada de “enriquecimento ambiental”. Isso significa transformar o ambiente em que ele vive em um lugar que possibilite a ele agir da maneira mais fiel ao natural possível: oferecer lugares para eles subirem – desde simples caixas de papelão a casas e estantes próprias para gatos. Não precisa ser nada muito elaborado ou caro. Basta permitir que o gato tenha acesso a lugares mais altos. Limpe uma estante, coloque uma caixa vazia na janela, coloque telas em janelas e sacadas e permita que ele tenham acesso a esses lugares. Ofereça muitos brinquedos diferentes, incluindo os que se põem comida, fazendo rodízio semanal para mantê-lo sempre interessado.

E quando você estiver com o seu gato, brinque muito com ele. Principalmente logo antes de você ir dormir. Deixe-o exausto. Reserve os brinquedos que ele mais gosta (varinhas, canetas-laser, etc.) para brincar exclusivamente com você, para tornar esse momento dono-gato ainda mais gostoso para ele. Lembre-se, apenas, de sempre fazer qualquer tipo de interação quando ele estiver relaxado e quieto, para incentivar ainda mais esse comportamento. É muito importante ter em mente que, muitas vezes, resolver o problema significa apenas reduzi-lo. Quanto mais antigo for o comportamento aprendido, mais “mania” ele já virou, e mais difícil fica conseguir revertê-lo.

* Fonte: Blog.catclub.com.br (Dra. Luísa Navarro).

* Foto: Canaldoveterinario.com.br.

Compartilhe