SANTO ANTÔNIO NÃO FALHA

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Santo Antônio se tornou padroeiro de Patos de Minas em 1826, quando Antônio Joaquim da Silva Guerra e sua esposa Luzia Corrêa de Andrade doaram um pedaço de sua propriedade para nele ser construída uma capela em nome do santo. Mais de cento e sessenta anos depois, uma simpática jovem de 18 anos de idade, coincidentemente residente à Rua Silva Guerra, esperava pelo seu príncipe encantado. Mas nada dele aparecer. Foi então que resolveu solicitar ajuda a Santo Antônio. Decidida, comprou uma imagem na papelaria do Dila e, mais decidida ainda, fez questão de levá-la à Catedral de Santo Antônio para que fosse benzida.

Em seu quarto, ajeitou com carinho a imagem em cima da cômoda. Todos os dias, ao acordar, depois do almoço e antes de dormir ela se ajoelhava e com muito fervor pedia ao santo para lhe providenciar um noivo bem bonito. O tempo foi passando e nada de surgir em sua vida um noivo bem bonito.

Quando a moçoila completou 21 anos de idade, de semblante caído, queixou-se à mãe:

– Muita ingratidão de Santo Antônio, mãe, há três anos que eu rezo três vezes por dia com toda a minha fé e nada acontece, não consigo arrumar um noivo.

E a mãe, carinhosamente, retrucou:

– Filhinha, tenha mais um pouquinho de paciência, pois Santo Antônio não falha, só está esperando o momento certo.

E a filhinha teve mais um pouquinho de paciência, exatos seis meses. Acordando mais uma vez sem um noivo, revoltada, abriu a janela, pegou o santo e o atirou à rua. No exato instante passava um jovem bem bonito que, agilmente, consegue agarrar a imagem antes dela se espatifar no chão. A moça, não ouvindo barulho algum, foi à janela conferir e se depara com o moço abraçado ao santo. Quando os olhares se encontraram, não deu outra.

E após a cerimônia do casamento, a mãe não deixou de comentar:

– Viu, filha, Santo Antônio não falha.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 28/02/2013 com o título “Prefeitura em 1916”.

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