WANDO PEREIRA BORGES FALA DE SUAS AÇÕES EM PROL DE PATOS DE MINAS E REGIÃO

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Sabemos que sua atuação em favor de nossa região tem sido muito grande. Desde quando e o que você tem feito em nosso favor?

Acho que a sua colocação sobre o que tenho feito pela região foi muito correta pois de fato, tenho procurado há muito tempo canalizar o que consigo de benefícios, especialmente da área do governo federal para a região. Eu me preocupo muito com Patos, como centro de uma região da qual ele é o grande polo e isso eu tenho expressado em todos os meus pronunciamentos. É nesse sentido que há muitos anos, venho trabalhando em busca de benefícios que interessem basicamente à região, pois tenho a plena convicção de que se a região se desenvolve, Patos como polo, desenvolve mais que a média dos outros municípios que a compõem; é esta a vantagem que um polo tem sobre a sua área de influência.

Você poderia mencionar alguns dos benefícios conseguidos para a região em épocas passadas?

Tínhamos diversas estradas estaduais que conseguimos transformar em estradas federais. A primeira delas, devo lembrar, foi a Rodovia do Milho, quando com muito trabalho, do qual posso reivindicar a quase total responsabilidade, passou a integrar o Plano Rodoviário Nacional. Por um trabalho também que eu dirigi, esta estrada veio a ser pavimentada. Depois tivemos, as outras: a Montes Claros-Uberlândia, passando por Patos que se constituía antes em duas estradas estaduais: uma a Patos-Pirapora e outra a Patos-Patrocínio-Monte Carmelo-Araguari, que constituía parte de MG-8 e o trecho Patos-Patrocínio, que nem sequer constava do Plano Rodoviário Estadual. Conseguimos fazer com que isso passasse a ser a BR-365 e um detalhe que acho importante mencionar é o fato de que no plano original a BR-365 não passaria por Patrocínio e posso reivindicar 100% da responsabilidade de meu trabalho, para que ela passasse por lá, pela convicção que tinha de ser aquele o traçado que mais beneficiaria a região.

E a Patos-Presidente Olegário, como está sendo construída?

Fiquei depois na expectativa de que o Estado poderia conduzir a sua única obra, a única estradado plano estadual partindo de Patos, que é a ligação Patos-Poções. Foi nesse sentido que há muitos anos, venho fazendo um trabalho bem grande tentando fazer com que o Estado se sensibilize quanto à importância da estrada e que decidisse realizar aquela obra. Lembro-me por exemplo, que ainda quando o Ministro Andreazza ocupava o Ministério dos Transportes, consegui dele e do hoje Ministro Elizeu Resende, então Diretor Geral do DNER, o compromisso de que o Ministério dos Transportes, arcaria com a metade do custo de pavimentação daquela rodovia, com a justificativa que apresentei naquela época de que a estrada substituiria durante muito tempo a futura BR-354, no trecho Patos-Cristalina que é um trecho de construção difícil e muito cara. Entretanto naquela época, não conseguimos do governo estadual o apoio ou a aceitação daquela proposta. Com isso tivemos que esperar um novo governo. Antes mesmo da posse do governador Aureliano Chaves eu tive a oportunidade de assessorá-lo a seu convite, para discutir problemas de transportes do Estado e nessas oportunidades eu sempre lhe dizia da importância que eu atribuía à ligação Patos-Poções e ele foi sempre muito franco ao admitir comigo que a estrada como um todo, ele julgava muito difícil que o Estado a pudesse realizar, mas julgava importante iniciar a obra e isto foi conseguido e devo dizer que neste caso – à exceção dos outros que já mencionei – com o apoio político total aqui de Patos, pois especialmente as rodovias Patos-Pirapora e Patos-Uberlândia, foram resultado de um trabalho puramente técnico. Na Patos-Presidente tivemos uma participação bem grande de políticos e representantes da comunidade patense através das entidades de classe. Por algumas vezes sai do Rio e fui a Belo Horizonte, exclusivamente, para participar de reuniões no Palácio, onde se reivindicava a construção dessa estrada. Ela foi iniciada naquele período e o que se fez, foi relativamente muito pouco, pois o que se conseguiu, foi basicamente uma autorização para que o DER iniciasse a construção com recursos e equipamentos próprios. Foi somente no período de governo do Vice Governador Ozanan Coelho que foi feita uma concorrência pública para contratação da obra, no trecho Patos-Presidente e felizmente o governo atual, compreendeu também a importância da obra e autorizou o seu prosseguimento. Entretanto, ao fim do primeiro ano do governo Francelino Pereira, essa obra esteve em uma lista de obras a serem paralizadas e ao tomar conhecimento disto, acho que pude usar corretamente, o meu poder de pressão sobre o Estado para que ela fosse excluída daquela lista.
Devo explicar a razão pela qual pude exercer um poder de pressão bem grande. É que no Ministério dos Transportes, nós estamos investindo vários bilhões de cruzeiros por ano no Estado de Minas e eu tenho toda a responsabilidade no coordenação técnica do Ministério e na programação financeira. Naturalmente, tenho com isto, um enorme poder nas mãos; as liberações de recursos para os Estados, em grande parte, são feitas por mim; eu decido sobre a programação e assino as transferências de recursos. É então, fácil de entender, que nenhum Governador, nenhum Diretor de Departamento de Estradas de Rodagem, deseja ficar mal visto comigo. Naturalmente, esta condição me valeu muito, ao saber que esta obra estava para ser paralizada, para fazer com que ela prosseguisse. E tenho a certeza que tão logo o governador Francelino Pereira, conheceu melhor a importância econômica daquela estrada, ele passou a se interessar mais por ela, tanto assim que num período em que o Estado vem tendo dificuldades para manter suas obras, esta aqui continua talvez não em um ritmo normal, mas pelo menos, em ritmo acelerado.

É verdade que a ponte das “Três Barras” é uma das maiores que vem sendo executadas no momento?

Ela é a maior obra no gênero, que está sendo construída no governo Francelino. A ponte tem 160 ou 165 metros de comprimento e uma altura máxima superior a 60 metros. É uma ponte em arco; seu custo deverá ser superior a 150 milhões de cruzeiros. O próprio trecho Patos-Presidente é difícil e caro. Estimo que os vinte quilômetros que deverão ficar concluídos no fim deste ano, custam a preços de hoje, o mesmo que custariam os 60 quilômetros a partir de Presidente Olegário, então temos que reconhecer que o grande passo na pavimentação desta estrada é o que está para ser concluído agora. A partir daí, ficam faltando ainda aproximadamente 100 Km para conclusão da Patos-Poções, mas é uma construção muito mais fácil e cujo preço de custo por Km é muito menor do que o do trecho que está sendo concluído.

Quando deve ser concluída a rodovia até Presidente?

O DER estima concluir até fins de novembro. Hoje de manhã estive lá, em companhia do Dr. Jaime Fonseca e do meu amigo Engenheiro Dr. José Clemente Cardoso que tem uma experiência muito grande em obras desta natureza; foi ele quem esteve aqui, fiscalizando a construção das pontes da estrada Montes Claros-Uberlândia e nossa estimativa é que é possível concluir até aquela data, mas achamos que tranquilamente, ela será concluída antes do fim do ano.

Quais as possibilidades para a construção da rodovia além de Presidente Olegário?

Sempre que tenho oportunidades, tenho conversado especialmente com o Governador Francelino Pereira e com o Secretário de Planejamento Paulo Haddad que é ex-aluno meu na Faculdade em Belo Horizonte quando nos tornamos muito bons amigos. O Paulo conhece bem a obra e avalia sua importância; ainda recentemente estive aqui a seu convite, quando ele esteve para apresentar dados sobre o programa Cidades-Dique do qual pude participar bastante e naquela oportunidade, voltei a lhe falar sobre a importância dele incluir na programação de recursos para o ano que vem, o prosseguimento dessa estrada. Já obtive do Governador, a promessa do atendimento, para o trecho entre Presidente Olegário e entroncamento de Lagamar, ou sejam os 20 quilômetros seguintes. Tenho muita esperança que essa promessa do governador seja atendida. Tive a promessa também do Secretário Paulo Haddad de que fará todo o empenho no sentido de incluir recursos para esse prosseguimento no próximo ano. Acho que se conseguirmos aqueles 20 quilômetros no atual governo (e eles custarão muito menos que os 20 que estão sendo concluídos) se reduzirá muito a tarefa dos próximos governos para completar a obra até Poções.

E os 7 quilômetros que ligam o trevo dos eucaliptos ao “Trevo da Pipoca”, serão construídos também agora?

Este é outro trecho muito difícil e muito caro pelas condições topográficas da região. Tenho às vezes questionado se não seria mais conveniente para Patos e para a região prosseguir além de Presidente, antes de se fazer esses 7 Km. Essa decisão é difícil, porque a não realização daquele trecho, vai implicar em tráfego pesado nas ruas da cidade, mas temos uma opção para continuarmos durante mais algum tempo sem a construção daquele anel rodoviário e o tráfego pesado não acabar com o pavimento das ruas de Patos. Seria um controle que naturalmente não é muito fácil, mas é possível: fazer com que o tráfego pesado se utilize da antiga Patos-Pirapora naqueles cerca de dez quilômetros, que vão do trevo do início, da Patos-Presidente à BR 365. É uma solução que não é tão boa quanto a do anel, mas funciona e em minha opinião, para a região é muito mais vantajosa a continuação da estrada além de Presidente, por isto, acho muito remota a possibilidade de se construir simultaneamente as duas obras: a continuação além de Presidente e o anel rodoviário, em vista do custo das obras. Ainda hoje indaguei e obtive a resposta de que a construção do anel a preços atuais, custará cerca de 300 milhões de cruzeiros e eu estimo que o trecho Presidente-Entroncamento-Lagamar, a preços de hoje, deverá custar também, perto de 300 milhões de cruzeiros e eu não creio que o Estado de Minas, possa investir nesta região, somente no ano que vem uma quantia de mais de meio bilhão de cruzeiros; isso seria ilusório. Devo lembrar que o ano que vem é um ano de eleições e as pressões que o governo do Estado terá, serão por certo muito grandes, para aplicar dinheiro em várias regiões. Devemos concentrar esforços para conseguirmos uma das obras.

Na continuação futura após o entroncamento de Lagamar a estrada irá alcançar a BR-040 em que ponto?

Esta estrada é muito corretamente chamada Patos-Poções; o entroncamento atual, como é sabido, está uns 10 Km além de Poções (além, eu digo na direção de João Pinheiro) entretanto, o traçado mais adequado para esta estrada, implica em entroncamento junto ao córrego dos Poções, e esse estudo foi feito há algum tempo atrás. Eu mesmo me utilizei de uma equipe de pessoal muito especializado em projetos de rodovias e estudamos fotografias aéreas da região com vistas à escolha do melhor traçado, que é o que passa pelo povoado de Lagoa Grande, partindo do chapadão da Ponte Firme, mais ou menos no ponto do atual entroncamento para Lagoa Grande e Ponte Firme, por volta do Km 76 de hoje e dali, segue por um traçado novo, numa extensão de aproximadamente 10 Km, encontrando depois a atual estrada municipal que vai até Lagoa Grande, aproveitando basicamente, 15 Km daquela estrada. De Lagoa Grande até a BR-040 já está quase construída uma nova estrada, que sai à margem esquerda do córrego dos Poções. Esse trecho está sendo construído com recursos do Programa da Região Geo-Econômica de Brasília que consegui, tão logo assumi o cargo no Ministério em 1979 e solicitei a inclusão do trecho, sendo atendido já, em 1980, tanto assim, que essa obra pôde ser iniciada ainda no ano passado e está hoje quase concluída.
Da mesma forma, planejei em 79, incluir o trecho Lagoa Grande até o chapadão de São Pedro, no programa do POLOCENTRO, que é outro programa federal que tem aplicado recursos em rodovias e inclui recursos na programação do corrente exercício de 1981 mas, as obras propriamente, só foram iniciadas há poucas semanas. Minha expectativa é que venhamos a ter uma estrada, em traçado definitivo, ligando a BR-040 ao chapadão da Ponte Firme. O trecho que vai daí até Presidente Olegário, já é também definitivo, importando apenas em pequenas correções do perfil da estrada. Da mesma forma, a estrada que está sendo construída da BR-040 até o chapadão, está sendo feita com uma largura menor do que a largura de uma estrada quando pavimentada, mas toda ela foi projetada de modo a poder ser melhorada e pavimentada.

A construção da estrada de Lagoa Grande ao chapadão será concluída ainda neste ano?

Depende do ritmo com que o DER trabalhar, porque os recursos necessários eu os inclui no orçamento do POLOCENTRO deste ano e eles estão disponíveis e são liberados de acordo com o andamento das obras. Eu mesmo administro esses recursos, assinando todas as liberações. Acontece que o DER demorou muito mais que esperávamos, a iniciar as obras e com isso eu não vejo mais possibilidades de conclusão neste ano, mas no próximo ano, será tranquilo.

Tão logo termine a implantação da ligação Chapadão-Poções, a estrada será aberta ao tráfego ou isto só acontecerá após a pavimentação?

O objetivo é abrir o tráfego imediatamente tão logo esteja construída e isto poderá inclusive, trazer problemas para a conservação, porque o traçado é mais curto que o atual, representando um ganho de perto de 10 Km, para quem vai a Paracatu ou Brasília e além disto, as características técnicas daquela estrada são muito superiores à atual.

Há muitas pontes no trecho Chapadão-Poções?

Há duas pontes previstas, ambas no Ribeirão Tabocas, sendo a primeira, muito mais com a característica de um pequeno viaduto que de uma ponte e poderia inclusive ser substituída por um bueiro. A outra ponte, é no mesmo Ribeirão Tabocas, no trecho Lagoa Grande-BR 040. Todas duas são pequenas.

Em relação à atual passagem no Córrego Tabocas, onde passará a nova estrada?

A passagem atual cá em cima é dentro d’água; é uma “passagem molhada”, como chamamos. A nova deve ficar mais ou menos 5 ou 6 Km abaixo.

Em termos de região, o que mais existe no setor de rodovias?

Existe uma obra que tem um grande interesse para a região, muito embora o povo aqui na cidade não seja muito ligado a ela. É a conclusão do trecho Rocinha-Coromandel e o prosseguimento Coromandel-Abadia dos Dourados, que estamos iniciando agora. O objetivo é fazer com essa estrada algum dia, chegue a Goiânia. É parte da BR-352, da qual o último trecho é Patos-Goiânia. Inclusive às vezes, sou indagado sobre quando será pavimentado o trecho Patos-Rocinha e minha resposta tem sido que isso será feito de acordo com o programa industrial da FOSFÉRTIL para a Rocinha. Enquanto isto entretanto,  o nosso objetivo já é concluir o trecho Rocinha-Coromandel, que não foi construído sequer. Para isto nós já colocamos em concorrência, neste ano, duas pontes daquele trecho: sobre o Rio Santo Antônio e Rio Santo Inácio e neste ano, consegui acertar um prolongamento do trecho Coromandel-Abadia dos Dourados, que foi iniciado recentemente e será construído pelo 2.º Batalhão Ferroviário que tem sede em Unaí. Hoje mesmo, pela manhã fui a Coromandel para ver a instalação do Batalhão e o início das obras lá.
Pretendemos também, muito brevemente, iniciar a construção de uma ponte sobre o Rio Paranaíba na mesma diretriz dessa estrada. Essa ponte também já foi objeto de concorrência e estamos agora, acertando a contratação da empresa, que deverá construir de imediato pelo menos as fundações dos pilares, porque a sua conclusão não é muito urgente, de vez que não existe ainda a estrada entre Abadia dos Dourados e o local dela, entretanto, como ela vai ficar dentro do reservatório da Usina de Emborcação, cuja barragem foi fechada a quase um mês e a água está subindo bastante, devemos concluir a chamada infra e meso estrutura da ponte, ou seja, até à altura do seu tabuleiro. Essa é uma ponte que terá 240 metros de comprimento e é muito alta. Sua construção é um passo importante para a concretização da futura estrada Patos-Goiânia. Devo acrescentar que alguns trechos dessa estrada, no lado de Goiás, estão sendo construídos e pavimentados. Mais uma vez insisto em que a pavimentação do trecho Patos-Rocinha, vai depender do programa da FOSFÉRTIL e estaremos pavimentando de imediato, o trecho Coromandel-Abadia dos Dourados pelo fato de ser um trecho que já apresenta um tráfego muito intenso.

Sabemos que a rodoviária que está em construção, está sendo executada principalmente graças à participação do DER e do DNER. O que você tem a informar em relação à rodoviária?

É bastante sabido que a contribuição do Ministério dos Transportes para a rodoviária é um compromisso que assumi há dois anos atrás, quando decidimos dar uma ajuda à Prefeitura, na realização do projeto, através do DER-MG e do DNER, em entendimento com o meu amigo Eli Pinheiro. Assim, destinamos recursos através dos dois órgãos, para o projeto e para o início das obras.
Agora, recentemente, eu propus a inclusão da rodoviária de Patos, em um programa de rodoviárias desenvolvido por suporte financeiro do DNER. Propus a inclusão de 15 milhões de cruzeiros a serem repassados via DER-MG e mais 15 milhões de cruzeiros a serem repassados diretamente pelo DNER, assim, a rodoviária contará ainda neste ano, com recursos adicionais, no montante de 30 milhões de cruzeiros. Estimo que com esses recursos, a rodoviária fique quase concluída. Espero que a Prefeitura possa dar alguma contribuição de recursos próprios de tal modo a concluir as obras e se isto não for possível, naturalmente veremos a possibilidade de alguma complementação de recursos ainda no ano que vem para sua conclusão.

Quando você fala em conclusão, inclui-se também a urbanização da lagoa e suas adjacências?

A obra para a qual estamos contribuindo através desse convênio, é a rodoviária e o seu entorno, ou seja a área própria da rodoviária. Vias de acesso ou outras vias urbanas na região, não estão incluídas, se é que já não estão, no programa que vem sendo conduzido, juntamente com o EBTU (Empresa Brasileira de Transportes Urbanos) do Ministério e o Governo do Estado de Minas, no Programa Cidades-Dique, que tem toda a flexibilidade de aplicação de recursos, onde seja conveniente em casos como este de acesso a uma rodoviária.

Algumas pessoas se referem à rodoviária como a “fluviária”. Qual a sua opinião técnica a respeito da área em que está sendo edificada nossa rodoviária?

Acho que a área é muito adequada. Poderíamos dizer que a localização ideal para uma rodoviária seja bem no centro da cidade. Do ponto de vista dos passageiros isso pode até ser uma verdade, entretanto, por causa do tráfego que gera uma rodoviária, isso é impraticável. Então uma rodoviária deve ficar em um local de fácil acesso a partir das principais rodovias que servem à cidade. É interessante observar que Patos é uma cidade de quase saída única e portanto a rodoviária está em uma situação muito favorecida, em vista da facilidade de acesso ao Km 0 da Rodovia do Milho. Não vejo maiores problemas na proximidade da lagoa; pelo contrário, acho que o que Patos precisa é de um plano para o aproveitamento bem adequado daquela lagoa que é uma das belezas naturais da cidade que deverá ser preservada e melhorada como área de lazer. O meu grande desejo e esperança é que não venham aterrar e lotear aquela lagoa, tendência que vejo como terrível, aqui nesta cidade. Aliás posso relembrar críticas que tenho feito muito à má qualidade dos loteamentos de Patos, onde não há praças. Nossos antepassados tiveram a extraordinária visão de construir uma Avenida Getúlio Vargas e depois, quase nada.
Pelo contrário, então acredito e muito que a lagoa contribuirá em muito paisagisticamente para a rodoviária, ao contrário de criar embaraços, como se possa imaginar.

Sabemos do encontro havido na semana passada, no DNER no Rio de Janeiro, entre autoridades daquele órgão, empresários interessados e membros do Conselho de Defesa da Comunidade, além de autoridades de cidade vizinha, para tratar do problema da linha Patos-São Paulo. O que você tem a dizer sobre o assunto?

Foi no fim da tarde do dia primeiro que recebi um telefonema do Paulo Alvim, que é o Diretor de Transportes do DNER e ele me dava notícia de que estavam na sala dele, no Rio de Janeiro, diversos membros da comunidade patense e três dos empresários interessados no problema Patos-São Paulo e que eles acabavam de finalmente, acertar de novo o acordo que permitiria retirar da justiça as ações levadas por eles mesmos, o que permitiria o inicio da operação da linha Patos-São Paulo. A noticia me foi dada pelo Paulo Alvim e depois tive a oportunidade de falar com vários outros dos presentes que manifestavam a sua satisfação, da qual participo muito, se ter chegado finalmente ao fim do grande problema.
Creio que todo o povo da região tem notícia do meu enorme empenho em resolver esse problema, empenho que me levou inclusive, a fazer concessões muito além do que normalmente faria na posição que tenho hoje, apenas com o intuito de resolver esse serviço que considero muito importante para a região.
Assim, hoje tenho o assunto como resolvido e espero inclusive que o acordo que ficou acertado na terça-feira, possa ser assinado brevemente. Inclusive, coloquei-me à disposição deles para que fosse assinado aqui em Patos, caso quisessem, em qualquer dia desse fim de semana, ou em Brasília, no dia 8 próximo. Espero e confio que desta vez o acordo será para valer.

Seu nome é insistentemente apontado como candidato a Deputado Federal. Como é que você se coloca politicamente, no momento?

Tenho sido muito indagado sobre esta minha falada candidatura. Seria difícil dar uma resposta clara e definitiva no momento, pois é bom lembrar que ocupo hoje, um lugar de destaque, para o qual fui indicado, porém aprovado e nomeado diretamente pelo Presidente da República e eu entendo que só deveria deixar este lugar dentro de um programa que interesse ao Governo Federal e que pode ser de fato, o deixar o lugar atual e me candidatar ou simplesmente seguir onde estou.
Muitas vezes digo que meu cargo atual de Secretário Geral, me permite obter para a região provavelmente muito mais do que eu poderia obter como Deputado. A importância que se atribui a esse cargo, é muito superior à importância de um membro do Congresso Nacional. Não quero com isto dizer que o Deputado tenha menor importância mas basta lembrar que na organização do governo existe um Secretário Geral do Ministério dos Transportes que é a pessoa que tem toda a responsabilidade pela orientação técnica, administração geral e administração financeira do Ministério e de seus órgãos, enquanto que o Congresso Nacional tem hoje 420 deputados.
Acho que se perguntarmos aos 420 deputados, quem gostaria de deixar o cargo para ser Secretário Geral do Ministério dos Transportes, mais de 400 responderiam afirmativamente.
Então, posso estar enganado, mas esta avaliação que faço, permite apreciar-se até certo ponto, a dificuldade que eu teria para uma definição quanto a essa possível candidatura, entretanto, eu tenho dito para muitos que têm me procurado, que eu desejo e me considero com amplos direitos a participar da escolha. Se o candidato escolhido vier a ser eu mesmo, muito bem. Caso não seja eu mesmo, eu desejo e mais uma vez repito, me considero com amplos direitos a participar da escolha não só do candidato a Deputado Federal a ser apoiado pela região, mas também, de outros candidatos. Isto acho que posso dizer sem modéstia, pelo que já fiz nestes muitos últimos anos, por Patos e pela região. Até hoje, não tenho reivindicado participação em decisões políticas, não obstante, muitas vezes, tenha participado de discussões sobre problemas políticos de Patos, em algumas rodas políticas da cidade.
Acho que pela posição que ocupo, que é antes de tudo técnica, mas é também uma posição política de grande destaque, eu me vejo inteiramente qualificado e com amplos direitos na participação desta discussão e desta escolha.

Há dois dias você está aqui em Patos e nós lhe perguntamos: algum dos membros da recém-constituída Comissão Executiva do PDS, já se aproximou de você para qualquer entendimento?

Esta é uma pergunta importante e eu, na verdade, lamento muito informar que não fui procurado por nenhum dos membros do diretório local do PDS, recém-constituído, até o momento pelo menos. Poderia acrescentar mais, que tenho sido procurado por líderes políticos de várias outras cidades, não só da região, como de outras regiões do estado, que têm demonstrado todo interesse em que eu participe ou que seja representante local. Até mesmo de cidades onde eu não tenho a menor tradição de freqüentar, apenas pelo conhecimento pessoal de algumas pessoas líderes locais e talvez pelo fato de na minha posição, dentro de uma atuação puramente técnica ter podido atender a reivindicação de grande interesse político local em outras regiões. Causa-me estranheza de fato que a gente de Patos, que não obstante não seja a cidade onde nasci, eu me considero a minha cidade, até hoje não tenha me procurado neste sentido.

Você como homem da alta direção do governo, tem a convicção de que em 82 serão realizadas as eleições?

Tenho grande convicção e uma grande confiança na determinação e na decisão do Presidente Figueiredo. Conto certo com as eleições.

Como você tem visto a atual administração municipal?

Minha resposta pode levar a que pessoas talvez se sintam um tanto sensibilizadas. Mas vai aí a resposta franca. Meu entendimento com o Dácio é muito bom; somos muito conhecidos de muitos anos, fomos inclusive contemporâneos de ginásio nos tempos do Ginásio Dom Lustosa, em Patrocínio. Temos nos comunicado frequentemente, tenho procurado ajudá-lo naquilo que posso e acho que tenho podido fazer coisas importantes para a cidade. Posso citar como exemplo, a inclusão de Patos no Programa Cidades-Dique, a rodoviária e uma série de pequenas coisas que não são divulgadas, então, quanto ao meu relacionamento com o Dácio, não vejo dúvidas de que é bom.
Quanto à minha apreciação sobre o governo municipal, eu o considero fraco; acho que como um todo, tem sido um governo de muito pequena iniciativa. Sei das dificuldades que o Dácio vem encontrando e em alguns casos, elas são intransponíveis, entretanto, acho que elas apenas caracterizam fraqueza de liderança ou fraqueza de representação. Acho uma pena que isto ocorra, porque enquanto temos uma administração que no seu conjunto demonstra fraqueza esta administração não consegue os benefícios que poderia conseguir se demonstrasse uma grande coesão, uma grande união, um grande espírito de luta, em favor dos interesses da comunidade. Acho que é precisamente por estas razões, que se comparamos o progresso de Patos ao de diversas outras cidades, mesmo de nossa região, nós estamos um tanto aquém do que seria possível, ou com índices um tanto menores do que várias outras cidades.

O recente desentendimento entre Prefeito e Câmara, seria um exemplo?

Naturalmente. Acho que é um bom exemplo. E acho que como exemplo desse desentendimento, temos visto coisas que chocam, como exemplo, o fato do Centro Social Urbano, que seria uma grande aquisição, estar com as obras paralisadas. É um fato que o pessoal da alta administração federal, dificilmente pode entender. É um exemplo de realização na área urbana, desejado por qualquer cidade. Patos é um caso único, onde houve a oferta de um Centro Social Urbano, o início da construção e a posterior paralisação.
Para mim é um dos exemplos chocantes, do que leva a falta de melhor relacionamento entre Executivo e Legislativo.

Sempre se alega que a Prefeitura não pode fazer muito, porque há um grande desequilíbrio no orçamento, principalmente pelo fato de não termos indústrias e a arrecadação ser pequena. Qual a sua opinião sobre o assunto?

Não conheço suficientemente a composição de receita e despesa aqui em Patos, entretanto é uma regra elementar de que quando na preparação do orçamento, a despesa está maior que a receita, uma de três coisas tem que ser feitas: ou aumentamos a receita, mantendo a despesa; ou reduzimos a despesa, mantendo a receita ou aumentamos a receita e reduzimos a despesa. É certo que no caso de Patos, a receita tributária é pequena e sem dúvida que se tivéssemos indústrias aqui, haveria uma grande contribuição para o crescimento da receita. Por que não temos indústrias? Será que Patos já tomou a iniciativa de buscar atrair indústrias para esta região? Será que Patos tem dado um tratamento adequado a investidores potenciais em indústria ou a industriais que poderiam transferir indústrias e instalar fábricas novas aqui? A resposta que eu mesmo dou a estas minhas perguntas é que eu não tenho notícias de um trabalho sistemático de atração de indústrias para essa região; trabalho que muitas cidades costumam fazer com extrema dedicação e às vezes, com muito grande sucesso. Como exemplo, temos Uberlandenses, que vão em busca de indústrias, procurando por todos os modos, atrair indústrias para lá. E eu não tenho notícia de qualquer trabalho desta natureza feito aqui em Patos.

Qual foi sua participação na inclusão de Patos no Programa Cidades-Dique?

Quando surgiu o programa participei de uma reunião em que o Secretário Paulo Haddad, veio discutir comigo sobre o programa, pelo fato de que, boa parte dos recursos que ele desejava obter para este programa, seriam obtidos do Ministério dos Transportes e quando da primeira discussão, o Paulo Haddad tinha uma lista de cidades, que não incluía Patos e foi exatamente nesta oportunidade que eu comentei com ele a minha opinião sobre o programa que achava muito bom, mas que dentre as cousas para melhorá-lo, estava a inclusão de Patos e isto foi aceito pronta e imediatamente. Tive inclusive oportunidade de logo após aquela reunião, me encontrar com o nosso Prefeito, Dácio Pereira da Fonseca e comunicar a ele a inclusão de Patos no Programa Cidades-Dique.

Como economista, com inúmeros cursos, ex-professor da Faculdade de Economia e de vastos conhecimentos na área, nós lhe perguntamos, o que você acha da política econômica-financeira do Ministro Delfim Neto?

De um modo geral, acho que a política econômica que o Ministro Delfim Neto vem adotando, está correta. Eu faria ressalvas à política econômica que ele adotou no seu primeiro ano como Ministro do Planejamento, ou seja desde que assumiu, no segundo semestre de 79, até fins de 1980, entretanto acho que as primeiras medidas muito sérias, adotadas a partir de  novembro de 80, são medidas que a médio prazo, permitem ao país, se recuperar de uma situação extremamente difícil que atravessa hoje. É certo que essa política tem conseqüências imediatas muito negativas, como por exemplo a geração do desemprego. Acontece que nenhum economista até hoje, em todo o mundo, foi capaz de “inventar” um método de combate à inflação sem a geração de algum desemprego e é o que está acontecendo no país hoje: o desemprego cresceu, porém a inflação caiu e outra, a política cambial com vistas à solução de problemas de balanço de pagamentos, que é um problema extremamente grave que o País enfrenta e que infelizmente, vai implicar em sacrifícios grandes, durante muito tempo. Assim por exemplo, coisa de que todo brasileiro se queixa, aumento dos derivados de petróleo; não há outra saída, senão aumentar periodicamente esses preços, para conter o consumo nos níveis estritamente necessários e eliminar na medida do possível, qualquer tipo de desperdício, de vez que o petróleo onera as importações brasileiras, muito pesadamente; praticamente metade das importações brasileiras hoje, em valor, são importações de petróleo bruto; então qualquer pequena economia de consumo de seus derivados, contribui bastante para não se agravar mais a situação de pagamentos do País e de dívida externa, inclusive. Num resumo, considero que a política que vem sendo adotada como um todo é correta. Ela é penosa mas se pretendemos alcançar objetivos que são muito necessários de contenção de inflação e de equilíbrio, pelo menos de balanço de pagamentos e a manutenção do nível razoável da dívida externa brasileira, eu não vejo outra maneira. O único que me preocupa é o possível crescimento do nível de desemprego e caso isso venha a ocorrer, naturalmente que a política deveria “maneirar”, por assim dizer, um pouco, de tal maneira que o nível de desemprego não gere situações de tensões incontroláveis.

Sabe-se que principalmente em virtude da crise do petróleo, o governo investe hoje, mais em ferrovias do que em rodovias. Por que Patos não tem ainda uma ferrovia?

Foi a partir de 1980 que os investimentos em ferrovias passaram a superar os investimentos em rodovias. Não posso dizer que estejamos construindo uma quilometragem maior de ferrovias; não, o custo médio de um Km de ferrovia equivale a pelo menos 5 Km de rodovia. Estamos assim, construindo uma quilometragem muito menor em ferrovias, mas estamos investindo mais em ferrovias, do que em rodovias. Entretanto, em grande parte do País, o transporte ferroviário ainda não é viável, estamos investindo em melhoramento de ferrovias, onde a quantidade de carga disponível já é muito grande e este não é ainda o caso de Patos, que não tem no momento carga suficiente para justificar uma ferrovia. Apenas para exemplificar: estamos muito preocupados em melhorar ferrovias que tenham um potencial de carga atual ou em futuro próximo, de pelo menos 10 milhões de toneladas por ano e nós estamos muito, mas muito longe dessa tonelagem.
A única exceção que poderia mencionar de interesse desta região é o fato de estarmos construindo uma nova ferrovia entre Patrocínio e Araguari que deverá custar a preços de hoje, muito próximo de 5 bilhões de cruzeiros, a qual surgiu, não por necessidade de tonelagem de carga transportada, mas como necessidade de substituição do trecho  que já está sendo inundado entre Monte Carmelo e Três Ranchos, perto de Catalão, em Goiás. A decisão que tomamos foi a de desativar por necessidade, o trecho compreendido entre Monte Carmelo e a cidade goiana de Ouvidor e em substituição àquele trecho, para manter a ligação, no sentido de Brasília, uma nova ferrovia entre Patrocínio e Araguari, que está sendo construída com características muito modernas, e será um dos trechos da futura ligação ferroviária entre Brasília e Rio de Janeiro. É ainda uma ferrovia que servirá de ligação de nossa região com São Paulo de vez que em Araguari, ela se encontra com a linha da FEPASA (Ferrovia Paulista) que tem uma linha hoje, inteiramente modernizada, de Uberaba a São Paulo.
Futuramente, desde que modernizemos o trecho entre Patrocínio-Ibiá-Garças de Minas e Lavras e completemos uma ligação Lavras-Itutinga, interligando com a ferrovia do aço, criaremos então uma ligação ferroviária moderna, também da região, com o Rio de Janeiro.

Apesar de não ser de seu setor, o que você tem podido fazer em favor de nossa sonhada escola de agro-pecuária¹?

Há algum tempo eu comecei a tentar obter apoio para a criação dessa escola e em consequência disto, no ano passado, consegui desenvolver entendimentos com o Ministério da Educação, em Brasília e em consequência daqueles entendimentos, neste ano, me colocaram à disposição uma funcionária daquele Ministério, que é a Profa. Ana Maria Mendonça, para que ela se dedicasse inteiramente ao desenvolvimento do projeto de criação dessa escola e ela tem desenvolvido um grande trabalho neste sentido, do que ela tem me colocado sempre a par.
Até hoje, não tenho a convicção de que conseguiremos a criação da escola em um futuro muito próximo, mas tenho a convicção de termos conseguido um progresso muito grande; já temos pelo menos um pouco reconhecimento de diversas áreas em Brasília, da conveniência da criação da escola e se tudo correr bem, pode ser que venhamos a ter brevemente ainda, a boa notícia de termos conseguido alcançar as condições necessárias para a sua criação.

Você tem alguma mensagem, ao nosso povo?

Talvez uma mensagem que eu poderia deixar e que julgo muito importante é para que a população de Patos e desta nossa região, se conscientize da importância do momento político que estamos vivendo, da importância de representações autênticas.
Então, é a minha mensagem, para que meditem quando da escolha de seus candidatos e que considerem a grande importância de que uma região tenha bons representantes, representantes bem qualificados. Eu me refiro a essa importância, pensando em todos os níveis de representação, desde o Vereador até o Governador de Estado e eu enfatizaria mesmo, a importância da Câmara de Vereadores; eu observo aqui, pessoas que poderiam dar uma grande contribuição ao Legislativo Municipal e que acham que o cargo não tem a dignidade a altura de sua formação. Entendo que é um dos serviços mais nobres que uma pessoa pode prestar é exatamente este: a dedicação de boa parte de seu tempo, ao serviço de sua comunidade. A boa representação pois, começa com a Câmara dos Vereadores.
O meu desejo e a minha expectativa é de que nas eleições do ano que vem os patenses e muito particularmente, os jovens, aqueles que nunca tiveram a experiência de votar, votem de maneira consciente, votem antes de tudo, preocupados com o progresso de sua cidade, de sua família e de seu progresso pessoal.

* 1: Leia “Sobre a Implantação da Escola Agrícola 1 a 4”.

* Fonte e fotos 1 a 3 (nesta, Wando, sua esposa Irene e Monsenhor Fleury): Entrevista de João Marcos Pacheco e Dirceu Deocleciano Pacheco publicada com o título “Dr. Wando Pereira Borges − Secretário Geral do Ministério dos Transportes” no n.º 33 de 30 de setembro de 1981 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto 4: Simpósio “Minas Gerais década de 80”, promovido pela Fundação João Pinheiro (FJP), na comemoração do seu 10° aniversário, no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em 06/12/1979. Vê-se o conferencista Wando Pereira Borges, secretário geral do Ministério dos Transportes; o vice-governador de Minas, João Marques Vasconcelos e o presidente da Fundação João Pinheiro (FJP), Antônio Octávio Cintra. Do arquivo da Fundação João Pinheiro.

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