UMA FESTA DO CORAÇÃO PARA O CORAÇÃO

Postado por e arquivado em FESTA DO MILHO.

Tivemos oportunidade de, em ligeiras pinceladas, tecer algumas considerações em torno da Décima Segunda Festa Nacional do Milho colocando-nos sob o ponto de vista de um mero observador. De esquecer não é, por sem dúvida, que escrevemos o comentário ainda sob o impacto das grandiosas festividades, que acabamos de assistir, e mais que presenciar, co-participar da nossa maior festa. Hoje nesta oportunidade, vamos tentar escrever algumas observações, colhidas do público, numa espécie de “enquete” que estivemos fazendo pelas ruas e avenidas da cidade. Em primeiro lugar, devemos confessar que nunca encontramos Patos de Minas tão feliz quanto se encontrava, representada pelos seus filhos, durante o dia 25: toda felicidade, toda contentamento… Sim, eis que, acabava de presenciar a maior e melhor festa do “hinterland” brasileiro. Um povo que sabe congregar-se em torno de uma idealização, executando-a, via de uma unidade e integração indestrutível, deve, sem dúvida, sentir-se plena daqueles atributos. Desde que unidos, somos capazes de realizar coisas inacreditáveis, quase milagrosas, como sucedeu com a Festa Nacional do Milho. Pois bem, todos estavam satisfeitos e contentes pela promoção do Sindicato Rural, em torno do qual o povo patense se congregou, dando-lhe o irrestrito apoio. E o Sindicato correspondeu, em toda linha, àquele apoio. Festa completa, festa integral: agradou os moços, eis que foram intensas as atividades sociais, aos ruralistas, pelas admiráveis promoções do Parque de Exposição; aos intelectuais, pela Exposição de Artes Plásticas, e pelo lançamento do livro do professor Oliveira Mello: Minha Terra, Suas Lendas e Seu Folclore; aos estudiosos de nossa terra e de nossa gente, pelas conferências realizadas; aos que gostam da música sertaneja, pelo torneio dos campeões da interpretação da música sertaneja; aos que gostam de cousas arriscadas e vibrantes, as exibições da Esquadrilha da Fumaça e do maior equilibrista brasileiro em motocicleta, aos que gostam de cinema, a sétima arte, exibições de vários filmes; aos que gostam de esportes, a corrida de pedestres, a Gincana e o futebol; aos que gostam de música moderna, a apresentação do maior Conjunto, na atualidade, em Brasília – o de Raulino – e os maiores do Brasil, com Três do Rio e Super Tom T. A.; aos que gostam  de apresentações artísticas, o “show” artístico de Paulo Sérgio, Oscar Ferreira, Jorginho e os Acadêmicos da Paulicéia, e… bem… seria longo demais continuar.

Evidentemente que nem tudo são rosas. As realizações da nossa Festa foram boas, ótimas. Mas há sugestões tendentes a melhorá-las, que aqui deixamos para posterior estudo: obediência severa aos horários; melhor planejamento nos desfiles dos Estudantes, para que o povo possa melhor apreciar aquelas maravilhas, que são apresentadas; maior percurso dos carros alegóricos, pois aqueles “sonhos” não podem ser tão pequenos; participação de outras senhorinhas, de outras cidades, ao concurso de Rainha Nacional do Milho; calçamento da via de acesso ao Parque de Exposição; participação integral do comércio, ornamentando suas vitrines… E, daí, então, teremos “aquela maior e melhor Festa de todo o Brasil, desde que a divulgamos”.

* Fonte: Texto de Omar Alves Tibúrcio publicado na edição de 31 de maio de 1970 do Jornal dos Municípios, do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.

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