FACULDADE CHEGOU, A

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TEXTO: WALDEMAR ANTONIO MENDES (1970)

A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Fundação Universitária de Patos de Minas, chegou e chegou fazendo vibrar o povo de nossa urbe, que estava em sono letárgico de há muito, pelas promessas das gentes, nas ocasiões eleitoreiras.

Mentem tanto ao povo que esse não mais crê em ninguém, mesmo sendo a verdade verdadeira que lhe seja pregada. Não importa, é um problema de fé e de confiança nos homens e em seus trabalhos.

Reportamos nesta oportunidade ao 27 de maio de 1968, quando o Governador do Estado assina a Lei nº 4.776, que institui a Fundação Universitária de Patos de Minas. Agradecemos aquele que foi o autor da Lei, Deputado Leopoldo da Silva Porto, que não poderá de modo nenhum ser pessoa esquecida quando se falar em Faculdade em Patos de Minas. A Lei, e os quinhentos milhões de cruzeiros velhos, que o deputado conseguiu possibilitaram sobremodo o evento: Faculdade. Não se pode deixar de lado, sem um agradecimento especial, os irmãos Maristas, sem eles, não tínhamos condições de botar em funcionamento qualquer Faculdade. No momento, a eles o muito obrigado de Patos de Minas.

E, agora, no Novo Testamento de vida de nossa Comuna, temos não um novo messias, mas aquele que, dentro de nossa e de quem tem opinião dizer, é de fato e de direito o Pontífice da nova era, o artífice da inteligência, o obreiro de todos os pórticos, o cantor de todas as liras no concerto de todas as matinas, aquele que deixa sua mulher e filhos numa capital de beleza e vem salmodear entre a gente humilde dos sertões a fim de dar a ela a fagulha da inteligência, possibilitando-lhe sua realização integral pela cultura; isso é nobreza d’alma, é dignidade, é subida, é elevação, é pureza de espírito e desdobrado amor a seu povo.

É o professor Durval Antônio Pereira, o autor intelectual e operário da Faculdade de Filosofia. Hoje quando Patos comemora jubilosa, o presente recebido, das mãos do Prof. Durval, não nos arrependemos de ser culpado de haver dado a este espírito sobre tanto trabalho e tanto desconforto. Um dia qualquer de 1968, em palácio do Governo, o Pai da Faculdade, Leopoldo Porto, indaga-nos acerca de Durval Pereira, respondemos de pronto, fabuloso – vamos a sua casa e o jovem professor, com a fibra de bom patense e inteligência a serviço do bem, reflete, pede um pouco de prazo, aceita o sacrifício onde ele é a vítima a ser imolada. Leopoldo, você foi culpado, nós fomos culpados, mas a vítima queimada, na ara de fogos de artifícios diz ainda bem alto: “Graças a Deus posso com a alma pura e até mesmo orgulhosa, diante desta notável vitória para o nosso grupo de trabalho. Foram dois anos de trabalho intenso, de aborrecimentos, de oposições, de desilusões e fracassos parciais, mas o grupo soube suportar as adversidades e levar a luta até o triunfo final. De minha parte, quero congratular-me com os meus companheiros de trabalho e com todos aqueles que nos apoiaram e que acreditaram em nossos ideais”.

Parabéns Prof. Durval Antonio Pereira.

Parabéns Patos de Minas.

Parabéns, parabéns, é isto mesmo, parabéns para você…

* Fonte: Texto publicado na edição de 24 de abril de 1970 do Jornal dos Municípios, do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Embuguaxu.olx.com.

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