EM TEMPO DE COVID-19, MUDANÇA DE ROTINA DA CASA PODE LEVAR GATOS AO ESTRESSE E POTENCIALIZAR DOENÇAS

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No isolamento social, a rotina da casa se mistura entre afazeres domésticos, trabalho e lazer. Nesse turbilhão vivido por boa parte da população, os animais domésticos acabam com suas rotinas alteradas. Os gatos – que são animais mais territorialistas e têm rotina muito bem definida por sua própria natureza – podem sofrer ainda mais. A veterinária especializada em medicina felina, Leila Isono Pereira, responsável pelos atendimentos de pequenos animais na clínica escola da Unopar, campus de Arapongas, elencou mudanças de hábitos dos gatos que podem ocorrer neste momento de pandemia e dá dicas importantes aos proprietários.

O gato é um animal que gosta de rotina, portanto ele acorda, brinca, se alimenta e dorme quase sempre nos mesmos horários. A mudança de rotina do proprietário ocasionada pelo trabalho em casa também impacta diretamente a vida do animal. Em alguns casos, o local onde ele dorme no meio da tarde, por exemplo, é onde o dono está trabalhando agora. Além disso, a casa ficou muito mais movimentada: o animal antes ficava no silêncio e agora precisa enfrentar uma movimentação, crianças que não estão indo para a escola, tudo isso pode fazer com que ele se sinta estressado.

Uma maneira que o gato pode demonstrar que está estressado é se escondendo. Geralmente debaixo de um móvel, dentro do guarda-roupa, onde ninguém vai ficar incomodando-o com facilidade. Outro sinal é a agressividade, mesmo para os animais mais dóceis. O gato tolera você “apertar” ele uma vez, duas, mas vai chegar uma hora que ele vai morder, arranhar, como uma forma de defesa.

Assim como em humanos, nos gatos, doença emocional pode se tornar física. É muito comum que o gato que está em um constante estresse desenvolva cistite, que é a inflamação na bexiga. Tem gato que começa a se lamber compulsivamente, arrancando os próprios pelos, outros param de se alimentar e também para aqueles com doenças pré-existentes, como doença renal crônica, FIV e FeLV, que são doenças infecciosas que deixam a imunidade dos gatos portadores mais baixas, quando adiciona o fator estresse, as doenças que estavam controladas podem ser agravar.

A melhor forma do proprietário manter o gato tranquilo é procurar alterar o mínimo a sua rotina. De manhã, se ele está mais agitado − geralmente acorda e fica correndo − é a hora de dar um carinho, brincar, sempre respeitando seu momento. Quando o animal estiver dormindo, relaxado, evite mexer com ele, ficar acordando-o, porque isso o incomoda. Outra forma é colocá-lo num local que se sinta abrigado, onde não tenha muito barulho, gente passando. Hoje em dia existem também os feromônios sintéticos, que podem ser utilizados no ambiente para transmitir ao gato a sensação que o ambiente é seguro.

É esperado que o gato tenha alterações de comportamento com a mudança de rotina, mas se o dono observar que as mudanças de comportamento se perpetuam por alguns dias, o ideal é levar ao Médico Veterinário para que seja investigado se pode haver alguma doença que deva ser tratada.

* Fonte: Texto publicado (13/07/2020) com o título “Mudança de rotina da casa pode levar gatos ao estresse e potencializar doenças” em valenews.com.br.

* Foto: Emporiodebicho.com.br.

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