SABIÁ-LARANJEIRA

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Ave símbolo do Brasil, também conhecido como Sabiá-amarelo, Sabiá-vermelho ou de peito-roxo, é muito popular, citada por diversos poetas como o pássaro que canta na estação do amor ou seja, a primavera. Foi imortalizado na “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, juntou-se oficialmente aos outros quatro símbolos nacionais – a bandeira, o hino, o brasão de armas e o selo, tendo a mesma importância deles na representação do Brasil em 3 de outubro de 2002, por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, são 12 as espécies de sabiás no Brasil, sendo que o pássaro assume outras denominações em regiões diferentes. Assim, ele tanto pode ser Caraxué (Amazonas), Sabiá-coca (Bahia), Sabiá-laranja (Rio Grande do Sul) e ainda Sabiá-de-barriga-vermelha, Sabiá-ponga e Sabiá-piranga em lugares diferentes. No Brasil podem ser encontradas outras espécies de sabiá, tais como: Sabiá-una, Sabiá-barranco, Sabiá-poca, Sabiá-coleira, Sabiá-do-banhado, Sabiá-da-praia, Sabiá-gongá, Sabiá-do-campo entre outros.

Mede 25 centímetros de comprimento. O macho pesa 68 gramas e a fêmea 78 gramas. Tem plumagem parda, com exceção da região do ventre, destacada pela cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjada, e bico amarelo-escuro. É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa frequência bem menor que o macho. O canto do Sabiá-laranjeira é parcialmente aprendido, havendo linhagens geográficas de tipos de canto, e se a ave conviver desde pequena com outras espécies, pode ser influenciada pelo canto delas e passar a ter um canto “impuro”. Presente do Maranhão ao Rio Grande do Sul, é mais conhecido no Sudeste, sendo menos numeroso no Nordeste. Migra para regiões mais quentes no inverno. Encontrado também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

A nutrição se compõe basicamente de insetos, larvas, minhocas e frutas maduras, incluindo frutas cultivadas como mamão laranja e abacate. Come coquinhos de várias espécies de palmeiras e de espécies introduzidas, como o dendê. Cospe os caroços após cerca de 1 hora, contribuindo assim para a dispersão dessas palmeiras, comportamento apresentado também por outros sabiás. Ração de cachorro também atrai esta espécie, podendo servir de alimento em cidades grandes com menor disponibilidade de alimentos naturais. Aprecia os frutos do tapiá ou tanheiro (Alchornea glandulosa).

Pode fazer seu ninho − uma tigela profunda de argila e folhas secas − em beirais de telhados. A construção de ninhos pode se tornar confusa em certas ocasiões: quando o local escolhido é formado por vãos entre numerosos suportes iguais de um telhado, o pássaro pode construir vários ninhos ao mesmo tempo, por confundir os vãos. Macho e fêmea constroem o ninho juntos utilizando gravetos, fibras vegetais e barro, onde a fêmea coloca de 3 a 4 ovos, de coloração verde azulados com pintas (ou manchas) cor de ferrugem (sépia). O período de incubação dura em torno de 14 dias.

É comum em bordas de florestas, parques, quintais e áreas urbanas arborizadas. Vive solitário ou aos pares, pulando no chão. Em regiões mais secas é de certa forma, restrito a áreas próximas à água. É uma ave que convive bem com ambientes modificados pelo homem, seja no campo ou na cidade, desde que tenha oportunidades de encontrar abrigo e alimento. Na natureza, é encontrado em casais e grupos familiares quando em processo de criação. É uma ave de ambientes abertos, preferindo viver em bordas de matas, pomares, capoeiras, entorno de estradas, praças e quintais, sempre por perto de água abundante. É um pássaro territorial: demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie. Começa a cantar antes mesmo de clarear o dia. Vive em torno de 30 anos.

* Fonte: Texto de Omar Fürst em bibocaambiental.blogspot.com.

* Foto: Constantino Melo, em zoo.df.gov.br.

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