CACATUA

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, PÁSSAROS.

Pertencente à família Cacatuidae, a Cacatua é um psitacídeo com semelhanças com o papagaio. Tem bico encurvado e os pés, com dois dedos para frente e dois para trás, dão capacidade à ave para andar, subir em árvores e até levar comida à boca. De plumagem de cores simples e definidas, a Cacatua tem tamanho que varia de 35 a 70 centímetros. O nome vem do malaio Kakatua, que significa Papagaio Grande (em inglês, Cockatoo).

Originária da Oceania, por aqui ainda não é muito comum na criação em cativeiro, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos e em países da Europa, onde há anos é popular e bem aceita como ave doméstica. No entanto, com sua beleza e graça, vem conquistando mais admiradores e criando um comércio promissor. A ave ainda se destaca pela inteligência. Algumas chegam a imitar a voz humana e podem aprender a cantar. Como também tem habilidade e destreza para fazer movimentos, como abrir gaiolas e pegar pequenos objetos, exige atenção do criador para não deixar nada ao alcance dela. Em lojas de produtos agropecuários e de pequenos animais, há brinquedos específicos que ajudam a entretê-la. Como bicar e mastigar são atividades que ela adora praticar, produtos comestíveis como ossos de couro de boi para cães e outros alimentos – nozes, sementes, castanhas e vagens – são recomendados.

Marca característica da Cacatua, o penacho vistoso no topo da cabeça, exibe tanto a beleza quanto sinaliza o estado de humor da ave. Quando eriçado, o topete indica que ela se sente bem e, se for formoso e imponente, pode render prêmios em participações de concursos e exposições de animais. Porém, no caso de a crista se encolher, melhor nem chegar perto, pois ela não está para brincadeiras.

A Cacatua, na verdade, é uma ótima companhia, inclusive para a vida toda, visto que chega a viver por mais de 70 anos. As espécies existentes se adaptam muito bem como animais de companhia. Tratada em ambiente saudável e em condições adequadas, ela se afeiçoa às pessoas, torna-se dócil e brincalhona. O único inconveniente é o barulho. Seus gritos são altos e por isso não é aconselhável mantê-la em apartamento.

O grande empecilho para se ter a Cacatua como animal de companhia reside no preço: as variedades mais conhecidas, galerita e alba, chegam a custar R$ 25.000,00 cada, mas os valores variam conforme a espécie, o sexo e a época do ano (a partir de R$ 1.000,00). O custo de manutenção é baixo. A partir de dois anos de reprodução, que começa por volta dos 4 anos de idade, o investimento inicial já pode ser pago.

A criação pode começar com apenas um casal, mas, no caso de mais casais, mantenha-os distantes entre si para evitar disputa de território. A aquisição mais fácil é a de filhotes, pois dificilmente criadores vendem matrizes boas e prontas para reproduzir. Ao adquirir uma dessas aves, é preciso cautela e verificar se têm boa procedência, pois podem trazer algumas viroses da terra natal, transmissíveis para as aves daqui, como o vírus da doença do bico e da pena. Por isso, para manejar qualquer uma delas é recomendável solicitar autorização do IBAMA.

Para as instalações, uma gaiola grande de, no mínimo, 60 x 60 x 60 centímetros para cada ave, ou um viveiro amplo de 120 x 60 x 60 centímetros, que pode ser construído pelo criador. Indica-se malha de arame fio 14 com 2,5 centímetros de espaçamento. Evitar estacas de madeira, material que a ave rói com facilidade. Chão de cimento e com leve inclinação facilita a limpeza. Para a reprodução, reservar um viveiro de, pelo menos, 300 x 120 x 120 centímetros apoiado em ferro ou concreto a120 centímetrosdo chão. Fechar 100 centímetros das laterais com chapa de zinco e cobrir com telhas de barro, sem deixar acesso ao madeiramento do telhado.

Para os poleiros, aproveitar galhos redondos e de superfície áspera em boas condições, com 2 a 6 centímetros de diâmetro, de árvores como a goiabeira, que possui tanino, uma substância de gosto amargo que desestimula as Cacatuas a roer madeira. Instalar a 100 centímetros do chão o comedouro e o bebedouro de porcelana. Caixa de madeira dura é aceita como ninho para postura (ou tronco de árvore oco).

O bico da Cacatua é forte para quebrar sementes, grãos e castanhas, que junto com vegetais são os alimentos básicos da ave. Porém, de 150 a 200 gramas por dia de ração balanceada atendem às suas necessidades nutritivas. Se for preciso, acrescentar às refeições suplementos de frutas ou vitamínicos. Milho verde e pedaços de cana-de-açúcar servem como tira-gosto.

Com quatro anos, a Cacatua pode reproduzir e chegar a quatro posturas por ano, se os ovos ficarem em uma chocadeira. São de dois a cinco ovos por postura chocados pela mãe durante cerca de um mês. O macho ajuda a fêmea no choco e na alimentação por quatro meses, quando os filhotes passam a comer sozinhos. Chocadeiras são de uso essencial em criações comerciais, pois triplicam a produção de filhotes. Para amansar o filhote, separá-lo dos pais com 15 a 25 dias de vida.

Como em qualquer criação, a limpeza do local é essencial para o desenvolvimento saudável da Cacatua. Fazer regularmente a higienização da gaiola ou viveiro, que devem ser instalados em lugar calmo, sem correnteza de ar e, preferencialmente, voltado para o sol da manhã.

* Fonte: Revistagloborural.globo.com.

* Fotos: Commons.wikimedia.

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