MAGDALENA MARIA DE MELLO E SUA ESCOLA

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Magdalena Maria de Mello (Dona Madalena) nasceu em Patos de Minas, filha de Aurélio Caixeta de Melo e Henriqueta Caixeta de Queiroz. Fez a adaptação ginasial no Grupo Escolar Marcolino de Barros e o Curso Normal na Escola Normal Nossa Senhora, de Oliveira-MG. Dizeres de seu diploma de normalista: “Em nome do Governo do Estado de Minas Gerais, eu, Maria Luisa Barcellos, diretora da Escola Normal Nossa Senhora de Oliveira, usando da faculdade do Regulamento de Instrução, a que se refere o decreto N.º 8.162, de 20 de janeiro de 1928, confiro à aluna Magdalena Maria de Mello, natural de Patos, filha de Aurélio Caixeta de Mello, nascida a 17 de novembro de 1910, este Diploma de Normalista do Primeiro Grau com o qual gozará de todos os direitos e prerrogativas inerentes ao mesmo. Oliveira, 20 de dezembro de 1928”. Assinaturas: Maria Luisa Barcellos, diretora; Magdalena Maria de Mello, diplomada; Marietta Castro, secretária; Augusto Luis da Silva, fiscal.

Diplomada, Magdalena voltou a Patos com o objetivo de criar uma escola particular, fato conseguido pouco depois, visto o registro na Secretaria do Interior do Estado de Minas Gerais, em 04 de novembro de 1929, 8.ª Seção, número de registro 2583, com o nome Escola Particular Madalena Maria.

Com o ideal na cabeça e arrojo no coração, ela iniciou sua Escola num cômodo da casa de seus pais, situada à Rua Afonso Pena, n.º 192. Não demorou muito para que seus dotes de professora se espalhassem pela cidade. Vários pais passaram a procurá-la, e o local inicial já não comportava tanta demanda. Foi obrigada a se transferir para a sede da União dos Moços Católicos, situada na Praça Antônio Dias. E pouco depois, ao lado da mesma praça, para o prédio definitivo na esquina das Ruas Afonso Pena e Teófilo Otoni, no prédio da empresa familiar Goiaz – Queiroz, Mello & Cia. Dona Madalena era ao mesmo tempo proprietária, professora e diretora, numa escola que ministrava as disciplinas de maneira interativa com os dogmas cristãos.

De acordo com os depoimentos de seu irmão Afrânio Caixeta de Melo (1915-2006), Madalena foi uma professora dedicada, competente e bem relacionada com o povo. Na sua escola funcionava do 1.º ao 5.º ano do curso primário, numa época em que a cidade de Patos de Minas era deficiente em escolas públicas. A Escola Madalena Maria serviu muito a toda a comunidade patense. Nela estudavam alunos da cidade e da zona rural, inclusive os seus irmãos, sobrinhos e outros parentes. Ela era uma professora muito conhecida e querida devido a postura profissional e à sua atuação nas atividades sociais e religiosas de Patos. Tinha sempre bom trato e delicadeza, carinho e atenção para com todos.

Era grande a preocupação da Escola em proporcionar o melhor possível para seus discentes, por isso Dona Madalena, além de dedicada, era bastante enérgica. Segundo o Sr. Afrânio, os pais sabiam que a Escola era competente na arte de educar. Esta característica resultava numa grande procura por matrículas. No início, apenas ela e sua prima Maria Maroquinha Borges ministravam as aulas. Com o tempo, necessário se fez a contratação de outras professoras. E foram várias que valorizaram o quadro de mestres da Escola, tais como Ana Maria Nogueira (1965), Beatriz Vieira (1964), Carmen Lúcia Caixeta (1970 e 1971), Cecília Rezende (1970), Corina Afonso Ribeiro (1962), Dalci Caixeta (1965), Dalva Maria da Cunha (1965), Delba Conceição (1962), Dione de Barros Fonseca (1963, 1964 e 1967), Dolores Maria Borges de Amorim (1968), Elaine Gontijo Guimarães (1965), Elenice Maria de Sousa (1968), Joanita Antônia França (1963, 1964 e 1967), Madalena Morais (1962 e 1963), Maria Ângela Morato 1966 e 1967), Maria da Conceição Maciel (1957 e 1958), Maria do Carmo Magalhães (1946), Maria Elizabeth Oliveira Caixeta (1962), Maria José Ferreira (1964), Maria José Oliveira (1969), Maria Marta Lima Pinheiro (1969), Marilda Caixeta de Castro (1967), Marly Lopes Cançado (1966 e 1967), Mércia Vaz Andrade 1970), Nelma Dorileia (1962), Neusa Porto (1964), Rosa Maria Dias (1964), Sônia Pereira Saldanha (1970), Terezinha Guimarães (1956), Vera Lúcia Ribeiro (1962 a 1964).

No início da década de 1970, já era grande o número de escolas públicas em Patos de Minas, fato que proporcionou a diminuição do quadro de alunos. Dona Madalena aposentou-se em 1972 e um ano depois desativou a sua Escola. Pelo trabalho fecundo em prol da educação patense, em outubro de 1973 ela foi homenageada pela Associação Médica numa cerimônia acontecida no Cine Riviera, recebendo uma placa com os seguintes dizeres: “À Dona Madalena, modelo de professora, com o respeito e admiração da Associação Médica de Patos de Minas”.

Às vésperas de completar 82 anos de idade, Magdalena Maria de Mello, a Dona Madalena, faleceu em 16 de novembro de 1992.

* Fonte e Foto: Arquivo de Sebastião Cordeiro de Queiroz.

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