CIRANDAS DE RAFAEL GOMES DE ALMEIDA – IV

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CIRANDANão sei porque a imprensa patense ainda não atinou com as contas da Copasa: além de altas já chegam vencidas: Se atrasa, corta a água sem reclamo, nem se insulta. Mas quando a conta nos chega já está no tempo da multa! Reclamamos de todo lado pelo bem que se desfruta. O computador anda errado, não gosta que se disputa! (15/03/1981)

E por falar em Igreja, eu vi o Monsenhor Fleury e não sei como, só de vê-lo senti uma paz tão grande que parecia me transportar: Já velho e altivo na luta, sem preocupar com troféu: Monsenhor pisa na terra e me transporta ao céu! (31/03/1981)

A Revista “Debulha” sentiu que arte e sociedade devem se conjugar. Pela primeira vez, a nível social, um dos redatores se dirigiu ao Patos Social Clube. O João Marcos estava mais vermelho que pimenta madura. E Sabem por quê?: No dia dos destaques, João saiu do cativeiro. Deixou de ser artista e fez-se João “beijoqueiro”! (31/03/1981)

A pesquisa que a Debulha está fazendo, com vistas às futuras eleições, está deixando uma coisa patente: os atuais vereadores, na quase totalidade, não estão recebendo votos: Na eleição que passou, se não estou enganado, o povo acabou sentindo que o voto saiu errado! (31/03/1981)

Aí está a Festa Nacional do Milho. A partir desta, vamos criticar, apresentar soluções, dizer que está tudo errado e quando for na próxima, estaremos com uma programação que nem precisa ser impressa. Já se conhece tudo: A gente fala e repisa, e a coisa sempre pior. Você de fora ajude, para a festa ser “milhor”! (15/05/1981)

Nossa cidade está em crise, mas os visitantes não sabem. Encontram um asfalto remendado e pensam que é asfalto conservado. Só há uma explicação: No meio de tanta festa, diminui-se a asneira. E o prefeito dá um jeito: encobre sol com peneira! (15/05/1981)

Mas a festa continua. Festa do Milho nos lembra o sertão e o sertanejo, o que mais sofre na lavoura, gasta os seus minguados cruzeiros para ver e ouvir os caboclos do asfalto, que fazem a vida cantando as desgraças do sertão: A Festa do Milho chega e há gente em sobressalto, pois a festa do sertão tem o preço de asfalto! (15/05/1981)

E chega gente para pedir ajuda para o comércio da cidade, quando a festa se centraliza no paiolão. Os comerciantes “araqueanos” vão, em poucos dias, ganhar o que o comércio não ganha em um ano: Quem trabalha o ano inteiro, suando como um otário, vai cobrar a recompensa de um lugar no Dispensário! (15/05/1981)

É possível que o governador mineiro esteja em nossa cidade, quando da Festa Nacional do Milho. O Secretário da Agricultura é certo. E tem gente que já explica: Não é a festa, nem Patos. Quem somos nós, ora pois!? Os homens já estão pensando no ano de oitenta e dois! (15/05/1981)

E a pesquisa de “A Debulha”? Macarrão está na frente e isto é muito claro: Lutador que não tem medo, corredor de muita graça, Macarrão se justifica: – O Candidato “da massa”! (15/05/1981)

Em plena Festa, não se pode esquecer a alegria do primeiro aniversário de “A Debulha”. Oxalá ela continue, principalmente, quando estamos com eleições previstas (?) para 1.982: Na sua vida tão curta, o povo numa só voz repete que a Debulha já fez bastante por nós! (15/05/1981)

E a Festa do Milho? Não deu outra… o Secretário veio e o Governador não apareceu. Eu cirandei muito antes: O Francelino que é vivo não veio pegar o pato e ainda manda um aviso: – Não vou lenhar neste mato! (15/06/1981)

Por esta e outras, Patos continua sendo cidade polo, cidade líder, cidade metrópole e outras coisas superlativas. Mas quando se fala em representante nosso… bem: Já que vergonha nos falta, se a liderança é mesquinha, o deputado de Patos vem da cidade vizinha! (15/06/1981)

Por incrível que pareça os jornais patenses não estão chegando nas mãos das autoridades. Reclama-se de preços altos e desrespeito à tabela da Sunab. Agora um comerciante patense foi multado POR VENDER ABAIXO DO PREÇO. Sim… vender abaixo do preço. Só o Jô Soares pode explicar uma desta: Vender barato é crime, me deixa que eu vou rir. Tudo certo, tá legal, mas eu “quero aplaudir”! (15/06/1981)

Depois da festa passada, todo mundo começou a procurar o motivo da ausência do Francelino Pereira em nossa terra. Afinal o governador esteve em todas as cidades vizinhas, mas deixou Patos para um outro plano. Agora a coisa se esclareceu: – A única coisa que o Governador já fêz por estas bandas, foi lançar a pedra fundamental de 1.000 casas populares. E as casas?: Depois de lançada a pedra, o povo todo aplaudiu. Foi pedra afudamental, e o Francelino sumiu! (30/06/1981)

* Fonte: Revista A Debulha, do arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.

* Foto: Artistasdaruahamburgo.blogspot.com.

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