BAILE DOS 25 ANOS DO GRUPO MARCOLINO DE BARROS

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MARCOLINO BARROS 1O BAILE À ANTIGA

Constituiu verdadeiro sucesso mundano o baile organizado pelas professoras do Grupo Escolar “Marcolino de Barros” para dar um fecho de ouro às festas comemorativas das “bodas de prata entre o Grupo e a sociedade”, na expressão do Dr. Geraldo Magalhães.

A’s oito horas, majestosamente “em vert” de 1880, D. Celcília recebia com as suas auxiliares, os convidados. Logo de início, o cronista da ‘FOLHA” encontrou com a nossa colaboradora Luzia Alves, num daqueles modelos apresentados em “Suez”, pelas damas que circundaram Annabela. O conjunto formado pelas professoras da casa estavam originalissimo, e a senhorita Angela Mourão encaminhava os convidados, distribuindo atenções, numa exquisita vestimenta azul.

O baile foi aberto com uma valsa vienense, dansada pelas normalistas presentes. O numero de pares era enorme e o vasto salão da grande casa de ensino foi pequeno para conte-los.

A orchestra tocou um velho schottish que foi dansado com muita graça.

A parte principal da festa foi a quadrilha dansada pelas normalistas, a qual ocupou boa parte da noite. Os pares estavam perfeitamente familiarisados com os segredos da dansa, e o espetáculo apresentado foi realmente belo. O Zico Amorim foi o marcante, dansando com a Prof. Madalena de Melo. Havia um concurso para se saber qual o par mais elegante da quadrilha, e este foi vencido brilhantemente pela Sra. Elza Borges Mundim e pelo Dr. Delfim Borges da Fonseca. A certa altura do baile, em discurso pronunciado pela Prof. Alda Mendonça, foram homenageadas as Sras. D. Dalca Magalhães Assunção, e D. Olga Barros e Souza, professoras da fundação da casa. A senhorita Lélia Assunção agradeceu pelas antigas professoras. Um lindo bolo com vinte e cinco velas acesas foi oferecido aos presentes, tendo sido as luzernas apagadas pelo Snr. Clarimundo Fonseca e pelo Dr. Geraldo Magalhães que agradeceu, em breve discurso, as palavras da vice-diretora.

Em concurso realizado, ao entrar da madrugada, foi escolhida como dama mais elegante da festa a Sra. Abner Afonso de Castro.

A senhorita Madalena Melo venceu outro concurso, no qual se queria saber do vestido mais original apresentado.

A Sra. Arnaldo Magalhães, a Sra. Araujo Franco, a Sra. Dr. Geraldo Magalhães eram das damas mais elegantes da festa inesquecível.

Alceu Amorim requintava-se em anedotas elegantes, e o Dr. Eufrásio Rodrigues, dizendo versos românticos, queixava-se que as belas o haviam esquecido na quadrilha, a velha quadrilha que ele tantas vezes dansara. As Senhoras Paulo Brandão e Ernani Lemos dirigiam as correntes partidárias, cabalando votos para os seus preferidos.

Coraci Alonso votava na namorada do irmão ausente por solidariedade de familia. O Snr. Virgílio Borges compareceu à festa. O Dr. Oliveiros e senhora perderam a eleição. A senhorita Ena Mourão era como um juiz inglez apurando votos. O Dr. Anisio e Hercílio Trajano subiam nas cadeiras para verem e comentarem a festa. D. Lé, sempre com o espírito novo, lá estava recordando os seus dias de mocidade, revendo-se no encanto das bisnetas. O rapaz mais elegante era o conhecido futebolista e estudante que as moças tratam Tião do Olívio. A senhorita Maria Magalhães “toute em rose” não alcançou no bolo que perambulou pelo salão. O industrial Ilídio Pereira contemplava embevecido a sua elegantissima Eunice. A professora Ilda Maciel era a suprema elegância do baile. Nilza Beluco era um sonho verde. Certa snrta. apresentava-se como a maláia do filme “A Carta”. E o cronista não poude registrar o nome do todo o mundo que lá estava, porque o paginador não lhe concedeu mais espaço.

* Fonte: Texto publicado na edição de 07 de junho de 1942 do jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.

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