VAMOS SALVAR O RIO PARANAÍBA

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PARANAIBAVocê dona de casa, ajude o rio! Usando produtos biodegradáveis e diminuindo a quantidade de lixo químico.

Você “caçador” proteja o rio! Não mate os animais que ajudam e comem frutos, espalhando suas sementes e multiplicando a floresta.

Você que gosta da natureza e de passeios ecológicos, conserve o rio! Não danifique o patrimônio natural, traga de volta o lixo (latas de alumínio, embalagens plásticas e descartáveis, tocos de cigarro, etc.) que você levou e que outros deixaram por lá.

Você Produtor Rural, salve o “Rio Danado” protegendo e recuperando suas Matas Ciliares. Assim você estará evitando erosão, assoreamentos, mantendo a umidade do ar, a quantidade e qualidade da água, evitando que produtos químicos escorram para a água, poluindo-o e matando os peixes.

Vamos fazer a nossa parte, o Meio Ambiente é que nos dá a vida.

Do contrário, nosso amigo Dalla, que canta: “Êta rio danado e valente, que não tem dono nem fim, que mata a sede da gente, que corre dentro de mim…”, terá que mudar seu verso e cantar: “Êta povo danado e covarde, que mata o rio da gente, que nos deixa com sede, que dor dentro de mim…”.

Faça a sua parte: Não deixe o Paranaíba morrer!

CARTA DO PARANAÍBA

As Prefeituras Municipais do Vale do Rio Paranaíba, representando os moradores da região, vêm manifestar publicamente sua preocupação com referência à proteção e preservação do Rio Paranaíba, um dos principais mananciais de água de Minas Gerais, de vital importância para a população da área.

O RIO

O Rio Paranaíba nasce na Serra da Mata da Corda, no município de Rio Paranaíba, a uma altitude de 1.100m.

O rio, a partir daí, em seu percurso de 1.120 Km, muda várias vezes de orientação até tomar o rumo sudoeste e – por 680 Km – marcar a fronteira do Estado de Minas com Goiás e Mato Grosso do Sul.

Seus principais afluentes são: pela margem direita, os rios São Marcos, Corumbá, Piracanduba, Meia Ponte, Verde, Corrente e Aporé; e pela margem esquerda, os rios Dourados, Perdizes, Bagagem, Araguari, Piedade, Tijuco e Prata.

A Bacia do Rio Paranaíba ocupa uma área de 69.070Km², ou seja, 11,8% do território do Estado e é a quarta Bacia Mineira.

Por sua importância, inclusive na geração de energia hidrelétrica através das Usinas de Emborcação, Cachoeira Dourada, São Simão e Itumbiara.

O Paranaíba precisa receber do governo e da sociedade conjuntamente um tratamento especial, capaz de efetivamente garantir a sua proteção e uso sustentável.

O COMPROMISSO

Face à realidade exposta, através dos seus projetos municipais, as prefeituras signatárias deste documento assumem publicamente o compromisso de trabalharem num esforço conjunto objetivando:

1 – ELIMINAR EM NOSSO TERRITÓRIO: Atividades degradadoras do Rio Paranaíba e de seus afluentes tais como: pesca predatória; mineração descomprometida com o controle ambiental; ocupação clandestina de margens; depósito de lixo urbano nos cursos d’água; preparo inadequado do solo; falta de controle da população industrial e uso indiscriminado de agrotóxicos.

2 – EMPREGAR TODOS OS RECURSOS NECESSÁRIOS: Num esforço conjunto de: proteção e recomposição das matas ciliares; educação ambiental em níveis formal e informal.

3 – BUSCAR A PARCERIA DOS GOVERNO ESTADUAL E FEDERAL: No sentido de proteger os cursos d’água da Bacia do Rio Paranaíba e da melhoria da qualidade de vida de nossa gente.

4 – CARACTERIZAR – NUM PRAZO DE 90 DIAS: A constituição do consórcio da Bacia do Rio Paranaíba consolidando, em termos legais, a integração de esforços de nossas prefeituras na defesa da qualidade e perpetuidade dos rios que banham nossas terras.

Patos de Minas, 30/Maio/1996.

JARBAS CAMBRAIA – Prefeito de Patos de Minas
NIVALDO UMBERTO DA SILVA – Prefeito de Coromandel
JOSÉ ALVES FILHO – Prefeito de Lagamar
JOSÉ MARIA ROCHA – Prefeito de Rio Paranaíba
AJAX BARCELOS – Prefeito de Carmo do Paranaíba
OCARLINDO M. DE LIMA – Prefeito de Lagoa Formosa
WALTER G. DE MEDEIROS – Prefeito de Presidente Olegário
JOÃO BATISTA MACHADO – Prefeito de Serra do Salitre

* Fonte: Texto publicado na edição n.º 04 do jornal O Tablóide de 16 de junho de 1996, do arquivo de Fernando Kitzinger Dannemann.

* Foto: Lizandro Junior.

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