LOTE MISTERIOSO

Postado por e arquivado em 2014, DÉCADA DE 2010, FOTOS.

Até o ano de 1960, Walter Ferreira Soares (CONSERBRÁS) morou com sua família numa casa localizada neste lote, na esquina das ruas General Osório e Tiradentes. Pouco depois a casa foi demolida. Os anos se passaram e algo misterioso tomou conta daquele pedacinho de chão. De 1960 a 2014 foram-se 54 anos. Neste tempo transcorrido o aspecto físico desta região central da cidade se modernizou à base da especulação imobiliária, valorizando por demais cada metro quadrado de terreno. O grande mistério é que neste largo espaço de tempo o lote se manteve vazio. De 1960 para cá, ele nunca foi ocupado por qualquer tipo de construção sólida. Sempre esteve lá, solitário, guardando em seu interior a vistosa árvore. Aberto ao público, o máximo que permitiu foi a exploração de um simpático boteco coberto com caramanchões e barracões simples, como informa Paulo Cesar Nunes, Wander Porto e Elaine Santos, que tiveram a oportunidade de frequentá-lo. Elaine informa que o nome era “Varanda” e Wander nos conta que o proprietário era Carlinho Nogueira.

Walter Ferreira Soares comenta:
Engraçado, não me lembro de caramanchões naquele local desde que o velho casarão foi demolido. A casa ao lado que se referem era a Casa do Ziza, que era Presidente da Liga Patense de Desportos e que se não me engano trabalhava na Caixa Econômica de Minas Gerais. Em frente ao Casarão em que morei por 5 anos, morava o Eustáquio Cocão, o Celso e toda a sua familia e seus pais ainda eram vivos. Do lado de cima da casa, hoje o lote, morava o Sr. Modesto Borges que era dono do Cartório e sua esposa Dona Maria Lina e suas filhas Cristina(hoje Bicalho) e a Maria Cândida. Ao lado da Familia Cocão morava o Sr. Gonçalo que tinha um carrinho estilo mister Bean no qual eu chupei na boca do tanque e bebí gasolina, quase morrí. Onde hoje é o INSS era o Posto de Saúde, aliás o único da cidade, um casarão antigo e ao lado Morava a Dona Maria Preta com suas filhas e seus irmãos. Grandes lembranças… Tem muita gente que me lembrei que eram vizinhos, inclusive uma Senhora Gorda e Baixinha que não me lembro o nome que tinha uma Pensão onde hoje fica o Prédio da Frutaria do Nivaldo… Belas lembranças mas, Caramanchão mesmo não me lembro, podem ter acontecidos durante o tempo em que morei fora e não os ví…

Quem também guarda boas lembranças do lote e arredores é Romero Silveira de Carvalho:
Carlinhos Nogueira, filho do sr. Leleto; a vizinhança tinha ainda: a seguir a casa Ziza e Margarida tinha a do Tião do Lurde e D. Henriqueta, depois Sr. Rotílio e D. Zulmira. Na casa outrora do Sr. José Guimarães e D. Elza moraram posteriormente, Fernando Dannemann e D. Alda; na casa abaixo, moraram as freiras holandesas da Livraria Católica. Na casa do Sr. Gonçalo e D. Lezir (o proprietário do Austin Of England, que o Valtinho Sorveu um gole de gasolina rsrs) moraram depois o Sr Nei Mattar e D. Ceci e depois, D. Zezé (filha do Sr. Joaquim Pintado). A casa ao lado era a do Sr. Badu e D. Cremilda. A pensão a que você se refere é a do Sr. Hilário e D. Judite, pais do Tiufim e mais uma fieira de irmãs bonitas e alegres. Nossa, minino! Tempo bão, muita gente boa: minha rua, minha gente, minha cidade meu mundo! Tô assuntano a idéia da minha esposa Rane de montar uma barraca de SEM TETO, por lá. Que nem fizeram os Sem Terra na Colônia Agrícola do Sertãozinho.

De qualquer maneira, o mistério está presente no sentido de que, desde 1960, nenhuma construção sólida se fez presente no local. Um mistério, grande mistério.

0* Texto e foto (18/01/2014): Eitel Teixeira Dannemann.

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