HYGIENIE EM PATOS EM 1916

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SANEAMENTOTemos notado que a hygienie em Patos, vai se aperfeiçoando cada vez mais; ultimamente já existem caixas de liquefacção e pequenos esgotos em alguns edificios publicos e mesmo casas particulares. O Dr. Adelio Maciel, agente executivo municipal acaba de dar providencias energicas para a reconstrucção de esgotos no Matadouro Municipal, que de matadouro só tinha o nome.

O Dr. Adelio formado ha pouco, está imbuido das idéias modernas sobre a medicina de hoje, que não é mais a medicina de outr’ora das tisanas, dos gargarejos e das xaropadas, mas sim a medicina dos intrancados problemas de sociologia dynamica e sobretudo de prophilaxia social, está portanto mais que ninguem apto para no cargo que occupa melhorar a hygienie publica, por longos annos tão descuidada nesta terra, e como pela auróra é que se conhece se o dia será bello, só temos a augurar para esta cidade um bello estado sanitario; todavia é de nosso dever chamar a attenção de S. Sa. para extranhos odores que notamos em certas ruas e mesmo partindo de algumas casas, parecendo provir de materias em decomposição; estamos certos que ainda não chegaram ao conhecimento de S. Sa. porque conhecemos a sua inflexibilidade no comprimento do dever, contra as infracções, sejam quaes forem os seus autores, o lustre de sua linhagem, ou o gráo de amisade ou parentesco que o ligue as suas familias, tanto mais que a condescendencia, póde concorrer se desenvolva a peste em taes lugares e as mesmas pessôas estimadas serem victimas dela.

Temos notado o desapparecimento das febres de máo caracter, que todos os annos na epocha da estiagem, era reinadia em Patos, talvez com o desapparecimento do lendario rego ou com a canalisação dagua; devemos porém observar ao povo que isto não basta, é preciso cuidar das molestias intestinaes que assolam as crianças na segunda infancia e mesmo os adultos, sendo a principal helminthiase, tambem chamada vulgarmente vermes intestinaes; em medicina hoje antes prevenir que curar; uma medicina que curasse somente, seria como si se construissem pontes sem parapeitos, como um serviço de barcas de salvamento para os que fossem cahindo; torna-se necessario o uso do filtro, que retém o germem do parazita.  O filtro deve ser vulgarisado, ha filtros caros para os ricos e os ha para os pobres. Os negociantes deviam mandar vir em profusão as pedras e vellas, pois que assim prestavam um grande serviço a população de sua terra, sobre tudo á estas creanças pansudas que vemos ahi de um amarelo sujo perambular pelas ruas.

* Fonte: Texto publicado na edição de 07 de maio de 1916 do jornal Cidade de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de Patos História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Altinopolis.sp.gov.br, meramente ilustrativa.

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