OBRA PÓSTUMA

Postado por e arquivado em ARTES, FERNANDO KITZINGER DANNEMANN, LITERATURA.

A doutora Takakuka Piradona, psicanalista radicada na capital do estado, tornou-se bastante conhecida em Periquitinho Verde graças à palestra que fez há alguns meses na cidade sobre o tema “O efeito maléfico do limão no sistema nervoso dos apreciadores de caipirinha”. Por essa razão ela foi contratada por Argemiro Catavento, dono da PRK-25 – Rádio Periquitinho, a mais ouvida em toda a região do Alto Águaprarriba, para avaliar o quociente de inteligência dos seus funcionários, informação de que precisava por motivos empresariais guardados a sete chaves.

Ninguém sabe dizer com certeza o que foi que aconteceu durante as entrevistas que a doutora manteve com cada um dos empregados da emissora, do mais importante ao mais humilde, mas certa informação foi recolhida não se sabe por quem, nem de que forma foi obtida, e o caso é que ela chegou às ruas na velocidade com que as notícias desse tipo sempre conseguem viajar.

O resultado é que estão dizendo por aí que quando a psicanalista Takakuka pediu ao Zeca Detefom que ele lhe explicasse o significado da expressão “obra póstuma”, o festejado apresentador de alguns dos mais badalados programas de auditório da emissora alargou as bochechas em um sorriso alegre e respondeu em cima da bucha:

– Essa é moleza pra nós, doutora. Obra póstuma é aquilo que o sujeito escreve depois que morreu.

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