MOÇÃO DE DESAGRAVO AO PADRE ALMIR

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A Folha Diocesana recebeu, no último dia 12, através do ofício n.º 111/79, comunicação da Câmara Municipal de Patos de Minas em cujo teor solicita divulgação da matéria de autoria do vereador Dercílio Ribeiro do Amorim, que foi aprovada, em reunião por 13 votos e vai assim redigida:

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Patos de Minas

O Vereador abaixo assinado vem requerer a V. Exa., nos termos do Regimento, seja submetida ao exame e pronunciamento do Plenário uma moção de desagravo ao Revmo. Pe. Almir Neves de Medeiros, cuja honra e dignidade se viram atingidas pelo artigo inserido no jornal “Boletim Informativo”, edição de 03/setembro/1979, coluna “B.I. na Fofoca”.

Com efeito, o referido periódico, em nota de teor marcadamente injusto e ofensivo, procurou diminuir o realce e o brilho que o aludido Sacerdote empresta à Chefia do Serviço de Difusão Cultural, do Departamento de Educação e Cultura da Administração Municipal, em cujo cargo, embora seja de confiança, já se encontra há vários anos, – fato que, por si mesmo, atesta o dinamismo de seu trabalho, a competência de seus atos e o acerto de suas decisões.

A par de suas atividades meramente burocráticas, o Revmo. Pe. Almir Neves de Medeiros, na condição de membro do Lions Clube Internacional, do qual já ocupou inclusive a relevante e honrosa posição de Governador, tem tido a oportunidade de difundir, vezes sem conta, o nome de nossa cidade, o valor de seus homens, a riqueza de seu solo, os costumes sadios e a índole hospitaleira e cordial de seu povo, nas inúmeras ocasiões em que, como convidado especial, dirigiu-se às plateias mais seletas do Brasil e de vários países estrangeiros. Em qualquer parte do mundo em que aporte, sua figura, agigantada pela riqueza de seu saber e pelo envolvimento e persuasão de sua oratória, jamais deixa de ser vista com desvelo e admiração.

É escusado salientar que a posição de relevo de que desfruta o Padre Almir e que faz de seu nome um dos mais ilustres dentre quantos já enriqueceram a História de Patos, não a alcançou ele da noite para o dia. Ao contrário, o respeito e a admiração irrestrita que o povo lhe devota representam o coroamento de uma vida dedicada toda ela a testemunhar o Amor e a colocar-se inteira e plena ao serviço de seus semelhantes.

A nota inserida no aludido jornal, por ser portanto flagrantemente injusta e constrangedora, causa repulsa e indignação a todos quantos, como nós, procuram preservar e defender o nome das pessoas que conseguiram, com a sua honradez, a sua fidelidade e o seu trabalho profícuo e desinteressado, engrandecer a nossa terra, dignificando-a e enriquecendo-a. A pessoas assim, que se tornam, por força de seu caráter inquebrantável e de sua conduta exemplar e imaculada, integrantes do patrimônio moral da nossa comunidade, a pessoas assim, repetimos, cabe-nos o indeclinável dever de desagravá-las, sobretudo quando a baba do agravo cai de boca peçonhenta e impura, que serviço melhor prestaria à sociedade com o seu silêncio e com sua discrição.

Sala das Reuniões, 10 de outubro de 1979

Dercílio Ribeiro de Amorim – Vereador

* Fonte: Texto publicado na edição de 18 de outubro de 1979 do jornal Folha Diocesana, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPH) do Unipam.

* Foto: Padre Almir Neves de Medeiros, do arquivo de Donaldo Amaro Teixeira.

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