FALECIMENTOS DE ZAMA MACIEL E D. JOSÉ ANDRÉ COIMBRA

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ZAMA & ANDRÉFoi o professor Zama Maciel, incontestàvelmente, um dos maiores intelectuais não só de Patos de Minas, mas de tôda esta região.

Como Inspetor de Ensino, mantinha sempre atualizado seu conhecimento de Leis, Decretos e outras normas menores atinentes a estabelecimentos de Ensino, a Educação e a tudo que lhe diz respeito.

Como político, mormente como vereador, seu cabedal de conhecimentos a respeito da organização municipalista sempre foi respeitado e acatado.

Finalmente, o Professor Zama Maciel sempre se distinguiu em qualquer setor em que estivesse presente.

Com a criação e instalação do Bispado em Patos de Minas, para aqui veio aquela pessoa tão singela e simples que mais parecia um irmão leigo de alguma congregação austera do que alguem dignificado pela Igreja com a plenitude do Sacerdócio: era Dom José André Coimbra. Em aqui chegando, conquistou de imediato a simpatia e amizade de todos que com S. Exa. tivera contato.

Entretanto, por detrás daquela simplicidade, escondia D. José também um grande cabedal de sabedoria. O Teólogo, o Filósofo, o Astrônomo, o Enólogo, o Professor, o Escritor, o Musicista, o Sábio, enfim, só seriam descobertos em D. José depois de um conhecimento mais profundo de sua pessoa.

Felismente êste conhecimento, como também a amizade a D. José nasciam quase sempre ao primeiro encontro. Sua capacidade de agradar, de se fazer amigo e de conquistar amigos, eram outras qualidades que o pranteado antístite possuía no mais alto grau.

Possivelmente esta qualidade tenha sido o fator preponderante para o estabelecimento de amizade entre o Professor Zama Maciel e Dom José André Coimbra.

Instalado o Bispado e empossado o primeiro Bispo, recomendava a etiqueta que o ilustre Vereador e líder de sua bancada na Câmara Municipal lhe fizesse uma visita de cortesia. E essa visita se fez, talvez por simples cortesia.

Mas cada um ficou impressionado com a vivacidade, com a inteligência, com a cultura do outro. E cada um desejou outros encontros, outras visitas em que pudessem conversar, trocar idéias, discutir assuntos para os quais talvez não encontrassem, fàcilmente, interlocutores.

E nasceu, de imediato, uma amizade sincera, que durou até o túmulo. E com a amizade o intercâmbio cultural. E dêste intercâmbio deverá ter nascido muita coisa útil para cada um e para a coletividade, como, por exemplo, o Hino a Patos de Minas, com letra do Professor Zama Maciel e música de D. José.

A falta de saúde impedia a ambos, nos últimos tempos, de prosseguirem nas suas atividades costumeiras. O Prof. Zama foi pouco a pouco se afastando da vida pública: escolas, esportes, política. D. José pediu, êle mesmo, a nomeação de um auxiliar; já não suportava, sem um Cirineu, o munus pastoral.

Finalmente, neste mês de agôsto de 1.968, novamente estariam juntos simbòlicamente, na morada dos mortos. Faleceu Zama Maciel, no dia 2 de agôsto, sendo sepultado junto a seus pais na necrópole local, tendo o féretro monumental acompanhamento.

Dia 16 falecia D. José André Coimbra, em Araxá, sendo sepultado na crípta da Catedral de Santo Antônio, sob a presença de uma multidão incalculável.

O PATOS COMERCIAL rende a estes dois ilustres personagens, a mais sincera e sentida homenagem póstuma.

* Fonte: Texto publicado com o título “Falecimentos de Zama e D. André” na edição de setembro de 1968 do jornal Patos Comercial, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto 1: Do livro Domínio de Pecuários de Enxadachins, de Geraldo Fonseca.

* Foto 2: Arquivo da Diocese de Patos de Minas.

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