CASA DO HUGO – 1929

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7A criatividade de nossos comerciantes (ou de seus publicitários) de antigamente devia ser, pelo menos um pouco, aproveitada pelos entendidos do assunto da atualidade. Como exemplo, uma nota publicada na edição de 28 de julho de 1929 do jornal Gazeta de Patos, com o título “CONFLICTO!!!…”, que tudo parecia ser “apenas” um simples conflito urbano:

E foi um zum-zum dos diabos, uma balburdia, uma gritaria de ensurdecer, chiliques, faniquitos, um charivari medonho e o policia apitando. Foi, não foi, pega não pega e o homensinho, suando por todos os póros pedia que o deixassem, explicaria o incidente. Vinha descendo apressado, marcando 80 Klmtros, quando surge pela frente o Brederodes; o encontro foi inevitavel e o cujo não admittindo excusas levou um tabefe. E para que tanta pressa numa cidade calma como esta? estentorou o policia. É que não posso estar a dormir emquanto o povo vae como uma onda exgotando o sortimento da Casa do Hugo, com o seu formidando Stock de Chapeus Souza Machado e Cia., calçados D. N. B. e “Luxo” para Senhoras! Sou louco por música e voava, quasi, para ainda adquirir uma Harmonica Honher, Sanfona Superior que o Hugo está torrando, tal a barateza; si os “nicolau” ainda sobrarem, comprarei tambem uma viola e um violão. Atè logo “seu” policia e queira fazer uma visitasinha, para não apitar á tôa, ali na Casa do Hugo, Largo da Matriz, junto ao Grupo Escolar.

Hugo José de Souza, natural de Patos de Minas, nascido em 1896 e falecido em 1960, aos 64 anos de idade, foi um homem de múltiplas atividades: comerciante bem sucedido, delegado de polícia, político atuante, dono do antigo Hotel dos Viajantes (onde hoje se situa um prédio de lojas comerciais na esquina das Ruas Major Gote e José de Santana, no mesmo alinhamento do Novo Roza Hotel), além de juiz de Direito substituto nos anos de 1947 e 1955 e um dos fundadores da Sociedade Recreativa Patense.

Sua loja comercial, muito bem sortida, ficava no antigo Largo da Matriz, atualmente Praça Dom Eduardo, esquina com a antiga Rua 1º de Março, hoje Tenente Bino, junto ao Grupo Escolar (bem evidente na foto). Este se transferiu com o nome de Grupo Marcolino de Barros para o atual local. No antigo prédio ainda funcionou o Ginásio Municipal de Patos (Benedito Valadares) e depois toda a área, incluindo a o comércio do Hugo, se transformou no Colégio Nossa Senhora das Graças.

* Fonte: Jornal Gazeta de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, publicada em 01/02/2013 com o título “Casa do Hugo”.

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