SHOW RECITAL DE ANÍSIO DIAS EM 1983 – …DISTANTE …PRESENTE

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AAssistimos, dia 12 de março, a um grande espetáculo. Quando nos referimos a “Grande Espetáculo”, não estamos considerando um show caro, uma produção impecável com artista renomado, entretanto, presenciamos com muito orgulho, o recital brilhante e acima de tudo sério do jovem compositor-violonista patense, Anísio Dias.

Anísio, que apresenta uma trajetória consideravelmente pequena em termos de apresentação ao público, sempre teve a preocupação qualitativa do seu trabalho, e o fruto imediato de tal proposta, nos foi mostrado claramente neste seu “Distante… Presente…”, onde o compositor faz uma mescla na escolha do repertório, incluindo de Villa Lobos a Glenn Muller, passando por Ernesto Nazaré “Odeon” e algumas composições suas além da participação também de Soninho seu irmão.

Fica aqui registrada a feliz participação de Bethânia na flauta, Aloísio no saxofone, e Soninho no acordeon. Todos esses convidados contribuíram de maneira eficaz para o maior aperfeiçoamento e diversificação do show. Compete-nos aplaudir de forma especial, a participação da excelente intérprete – revelada pelo próprio Anísio – que se chama Helena. Helena dispõe de uma voz, bonita cujo timbre, afinação e firmeza, aliada às harmoniosas músicas de Anísio, fazem dela uma promissora cantora.

Quanto à participação individual de Anísio – como de outras vezes – o talento e a familiaridade com a música e com o instrumento garantem o alto nível de suas apresentações. Sentimos, porém, sua pouca participação na segunda parte do espetáculo.

Algumas peculiaridades técnicas também devem ser registradas: primeira, quanto à pontualidade (horário de começar); segundo, a preocupação estética desde a iluminação à qualidade de som, fatores pouco exigidos pelo artista patense e portanto pouco explorados, consequentemente, trazendo sérios reflexos negativos no contexto geral da produção. Tais peculiaridades também engrandecem o alto nível do show, pois o respeito ao público, seja ele pequeno ou grande, adulto ou criança, deve ser preservado acima de qualquer estrelismo.

Parabéns, pois ao Anísio, a seus convidados e a produção.

* Fonte: Texto de Marcos Rassi publicado na edição n.º 66 da revista A Debulha de 31 de março de 1983, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.

* Foto: Arquivo A Debulha.

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