PAZ NO SERVIÇO FUNERÁRIO EM 1997

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AA competitividade existente hoje no mercado está exigindo adequação e qualidade. Mas a palavra de ordem que prevalece no mundo atual está sendo confundida com atritos e brigas pelas empresas que operam no serviço funerário de Patos de Minas. Como se isso não bastasse, a Polícia Militar, de acordo com declarações do capitão PM Roberto Carlos Campos, está investigando a participação de um dos homens de seu efetivo no esquema implantado por uma das empresas funerárias, que estaria pagando propina por cada cliente conseguido. Mas o militar também denuncia o envolvimento de funcionários de hospitais e policiais civis no “jogo sujo” da venda de serviço fúnebre e informa que já foram registradas diversas ocorrências relatando casos de agressão entre os “papa-defuntos”.

Na tentativa de moralizar a ação das empresas do ramo em Patos de Minas, o vereador Pedro Lucas Rodrigues enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que regulariza a ação das casas funerárias estabelecidas na cidade. Elas são seis, e, literalmente, disputam com “unhas e dentes” os serviços exigidos pelos mortos. O referido projeto foi retido pela Comissão de Finanças, Justiça e Legislação (CFJL) da Câmara de Vereadores, mas durante esta semana realizou-se uma reunião com representantes de todas as empresas, quando foi definido um sistema de plantão, com rodízio, que começa a vigorar no próximo dia 13.

Pelo que foi combinado, quem deixar de recolher um indigente morto no local do acidente, em seu período de plantão, ou mesmo descumprir a escala, será penalizado em 6 salários mínimos, revertido em prol da funerária que executar o serviço. Também ficou definido que se o estabelecimento tiver que buscar um corpo no local do acidente, poderá cobrar o equivalente a 1 litro de álcool por quilômetro rodado. Segundo o assessor jurídico da Câmara Municipal, José Ricardo Souto, que coordenou os trabalhos, o acordo começa a vigorar a partir do dia 13 e será válido até a aprovação da lei pelos vereadores.

Com essa lei pretendem-se acabar de vez com os problemas causados pela concorrência acirrada e até mesmo desleal praticada por algumas funerárias, da mesma forma que procura-se resguardar a família enlutada e entristecida pelo desaparecimento de um ente querido.

* Fonte: Texto publicado com o subtítulo “Acordo entre empresas do ramo tenta resolver conflitos” na edição n.º 26 de 12 de abril de 1997 do jornal O Tablóide, do arquivo de Fernando Kitzinger Dannemann.

* Foto: Informativo.com.

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