OLIMPÍADAS ESTUDANTIS: ADEUS ÀS ILUSÕES…

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OLIMPIADASTEXTO: JORNAL O AUTÊNTICO (1977)

Embora há mais de um mês da realização da “SEMANA DO ESTUDANTE”, O AUTÊNTICO julgou importante salientar este assunto em sua 1.ª página, pois o acontecimento, dize-nos mal, a falta do acontecimento está até hoje atravessada na garganta de todo estudante patense.

DE QUEM É A CULPA?

Da CEP? Dos Estudantes? Do PTC? Da Prefeitura? “O Autêntico”, antes de apontar o dedo acusador para essa ou aquela pessoa ou entidade, prefere analisar os fatos. Na certa a carapaça será dividida e sobrará uma pequena-grande parte para cada um.

Da CEP? Houve comentários na cidade de que a Diretoria da CEP não pensa em promoções durante o ano para adquirir dinheiro, confiando apenas na irrisória quantia conseguida com as taxas das identidades estudantis. No fim do ano, os cofres estão vazios e falta o principal para a realização das Olimpíadas. Não pretendemos acusar ninguém, já ficou claro. Mas esse comentário partiu de um dos nossos juízes especializados, os mesmos que pediram, me parece, Cr$ 16.000,00 adiantadamente, para apitar as Olímpiadas. De quem é a culpa?

Dos estudantes? Não sabemos se é certo acusá-los por mostrar uma certa apatia no momento de “tocar” as mãos no bolso, quando se nota muito pouca vontade por parte de quem deveria dar o exemplo. De quem é a culpa?

Do PTC ou da Diretoria do GINÁSIO POLIESPORTIVO? Não sei se é pecado os estudantes sonharem com um Ginásio Coberto, lutarem para isso, consegui-lo ou ganhá-lo em 1976 para – por falta de condições financeiras – não poderem realizar ali as tão sonhadas Olimpíadas de 77. Não pretendemos, repetimos, acusar ninguém… Mas perguntamos: de quem é a culpa?

Da Prefeitura? Não sabemos se se pode chamar de culpa se os cofres municipais não dispunham da mínima quantia para ajudar na promoção em análise, quando foi a ajuda da Prefeitura nos anos anteriores que possibilitou a realização e o sucesso das Olimpíadas. Também não podemos chamar de culpa se são distribuídas verbas, aqui em Patos, para agremiações esportivas, podemos dizer, de caráter quase particular, ou para times de futebol que há muito deixaram de projetar nossa cidade nem mesmo no âmbito regional. É por isso que não podemos culpar, se não há dinheiro para incentivar um movimento que é o ponto de apoio para o desenvolvimento de nosso esporte especializado. Também não temos o direito de acusar quem quer que seja se o Ginásio Coberto foi construído em área pertencente ao Estado e que, agora, a administração e exploração do mesmo não possa ficar a cargo do Município. Não podemos acusar pois não sabemos se havia outra área ociosa onde o Poliesportivo pudesse ter sido construído.

E é por isso, nobre leitor, que o nosso “Jornalzinho” não acusa ninguém. Não acusa mas conclama. Conclama a todos para uma união de esforços. Conclama a todos para um pensamento comum. O esporte especializado em Patos deve ser tratado com mais carinho e menos partidarismo. E só assim as Olimpíadas, no ano de 78, serão realidade e não mais uma ilusão ou esperança perdida.

* Fonte: Texto publicado na edição de 22 de novembro de 1977 do jornal O Autêntico (Órgão Oficial do Grêmio Artístico Lítero-Cultural “Antônio Basílio Leal”, 1.º Ano Colegial, Colégio Comercial Prof.º Sílvio de Marco), do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História do Unipam (LEPEH).

* Foto: Taisparanhos.blogspot.com, meramente ilustrativa.

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